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Edição n.º 1297
12/08 a 15/08/2016
 
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EFEMÉRIDES

Dia 12/08: 225.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1877 era feita a primeira observação do satélite de MarteDeimos, por Asaph Hall do Observatório Naval dos EUA

Descobriu Fobos, a maior das duas luas, seis noites depois.
Em 1887 nascia Erwin Schrödinger, físico austríaco e laureado com o Nobel, que desenvolveu um número de resultados fundamentais no campo da teoria quântica. Foi o autor de muitos outros trabalhos em vários campos da física.
Em 1960 era lançado o Echo 1A, o primeiro satélite experimental de comunicações, que é usado para redirecionar chamadas telefónicas transcontinentais e intercontinentais, rádio e sinais de televisão.
Em 1962, lançamento da Vostok 4, um dia depois da Vostok 3. As Vostok 3 e 4 passaram a 6,5 km entre si no espaço, a primeira vez que duas naves estavam em órbita à mesma altura.
Em 1977, primeiro voo livre do vaivém espacial Enterprise
Em 1999, a porta do Observatório de Raios-X Chandra, que protege os seus espelhos, abre-se e o Chandra começa a sua exploração do Universo de alta energia.
Em 2005, lançamento da sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter).
Observações: Esta noite, a Lua Crescente faz uma linha com Saturno e Marte, baixos a sul-sudoeste após o anoitecer.
As Perseidas continuam esta noite, um dia após o pico. A Lua põe-se pelas 02:15 (já de dia 13).

Dia 13/08: 226.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1814 nascia Anders Ângström, físico sueco e um dos pioneiros da espectroscopia.
Em 1898, Carl Gustav Witt descobre 433 Eros, o primeiro asteroide descoberto perto da Terra.

Observações: Saturno estacionário, pelas 19:00.
Esta noite, olhe bem para cima e para a esquerda da Lua - cerca de 4 punhos à distância de um braço esticado - em busca de Altair. À distância de um dedo está a sua eterna companheira, Gamma Aquilae ou Tarazed, de magnitude 2,7, uma gigante alaranjada do tipo K3. Consegue ver a cor desta estrela ténue sem ajuda ótica?
Para a esquerda de Altair, a cerca de um punho, está a constelação de Golfinho, que parece saltar para a esquerda. Consegue ver a pequena constelação mesmo com a presença da Lua no céu? As suas estrelas mais brilhantes, nas costas e na cauda do golfinho, têm magnitudes 3,6, 3,8 e 4,0.

Dia 14/08: 227.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1846, um meteorito com 2,3 kg, do tipo condrito, colide com a superfície da Terra perto da cidade de Cape Girardeau, no estado do Missouri, EUA. 

Observações: A Lua deslocou-se para um pouco acima do "bule de chá" de Sagitário. Isto torna a observação dos vários objetos de Messier aí presentes mais difícil. Bem para a sua direita estão os planetas Saturno e Marte, por entre as estrelas de Escorpião.

Dia 15/08: 228.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1977, o The Big Ear, um radiotelescópio operado pela Universidada Estatal do Ohio, como parte do projeto SETI, recebe um sinal de rádio do espaço profundo; o evento é denominado de "sinal Wow!", a partir de uma anotação feita por um voluntário do projeto.

Em 2006, a sonda Voyager 1, o mais distante objeto feito pelo Homem, alcança as 100 UA do Sol. Isto significa que a sonda, lançada no dia 20 de agosto de 1977, estava 100 vezes mais distante do Sol que a Terra.
Observações: É novamente aquela altura do ano. Se acordar cedo (antes do amanhecer), conseguirá ver uma antevisão de Orionte a este-sudeste. Para a esquerda está a constelação de Gémeos, perto do topo da ténue moca do Caçador.

 
CURIOSIDADES


A sonda Magalhães foi a primeira missão interplanetária a ser lançada a partir do vaivém espacial e a primeira a testar a aerotravagem como método de "circularizar" a sua órbita.

 
MODELOS CLIMÁTICOS SUGEREM QUE VÉNUS PODERÁ TER SIDO HABITÁVEL

De acordo com modelos de computador do clima antigo de Vénus, por cientistas do GISS (Goddard Institute for Space Studies) da NASA em Nova Iorque, o planeta pode ter tido um oceano pouco profundo de água líquida e temperaturas habitáveis à superfície durante até 2 mil milhões de anos da sua história.

Os resultados, publicados esta semana na revista Geophysical Research Letters, foram obtidos com um modelo semelhante ao do tipo usado para prever futuras mudanças climáticas na Terra.

"Muitas das mesmas ferramentas que usamos para modelar as mudanças climáticas na Terra podem ser adaptadas para estudar climas noutros planetas, tanto do passado como do presente," afirma Michael Way, investigador do GISS e autor principal do artigo científico. "Estes resultados mostram que, no passado, Vénus poderá ter sido um local muito diferente do que é hoje."

Atualmente, Vénus é um mundo infernal. Tem uma esmagadora atmosfera de dióxido de carbono 90 vezes mais espessa que a da Terra. Não há quase nenhum vapor de água. As temperaturas atingem os 462º C à superfície.

Observações sugerem que Vénus poderá ter tido oceanos de água líquida no seu passado distante. Um padrão de terra-oceano como este aqui visto foi usado num modelo climático para mostrar como nuvens podem ter protegido Vénus da forte radiação solar e tornado o planeta habitável.
Crédito: NASA
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Os cientistas há muito que teorizam que Vénus foi formado a partir de ingredientes parecidos aos da Terra, mas seguiu um caminho evolutivo diferente. As medições da missão Pioneer da NASA em Vénus na década de 1980 sugeriram, pela primeira vez, que Vénus originalmente poderia ter tido um oceano. No entanto, Vénus está mais perto do Sol do que a Terra e recebe, portanto, muito mais luz solar. Como resultado, o oceano inicial do planeta evaporou-se, as moléculas de vapor de água foram quebradas pela radiação ultravioleta e o hidrogénio escapou-se para o espaço. Sem água à superfície, o dióxido de carbono acumulou-se na atmosfera, levando ao que se chama de efeito de estufa e que criou as condições presentes.

Os estudos anteriores demonstraram que a rapidez com que um planeta gira sob si próprio afeta a possibilidade de clima habitável. Um dia em Vénus corresponde a 117 dias terrestres. Até recentemente, pensava-se que era necessária uma atmosfera espessa como a de Vénus para o planeta ter a rotação lenta de hoje. No entanto, novas investigações mostraram que uma atmosfera fina como a da Terra poderia ter produzido o mesmo resultado. Isto significa que o antigo Vénus, com uma atmosfera parecida à da Terra, pode ter tido a mesma rotação que tem hoje.

Outro factor que afeta o clima do planeta é a topografia. A equipa do GISS postulou que, no passado, Vénus tinha mais terra seca do que a Terra, especialmente nos trópicos. Isto limita a quantidade de água evaporada a partir dos oceanos e, como resultado, o efeito de estufa por vapor de água. Este tipo de superfície parece ideal para produzir um planeta habitável; parece ter havido água suficiente para suportar vida abundante, com terra suficiente para reduzir a sensibilidade do planeta às mudanças da luz solar.

Way e colegas do GISS simularam condições de um hipotético Vénus jovem com uma atmosfera parecida à da Terra, um dia com a mesma duração do dia venusiano e um oceano pouco profundo consistente com dados da sonda Pioneer. Os investigadores acrescentaram informações sobre a topografia de Vénus obtidos com o radar da missão Magalhães da NASA na década de 1990, e preencheram as planícies com água, deixando as terras altas expostas como continentes venusianos. O estudo também teve em conta um Sol mais jovem e 30% mais ténue. Mesmo assim, Vénus ainda recebia cerca de 40% mais luz solar do que a Terra recebe hoje.

"Na simulação do modelo do GISS, a rotação lenta de Vénus expõe o seu lado diurno ao Sol durante quase dois meses," afirma Anthony Del Genio, coautor que também pertence ao GISS. "Isto aquece a superfície e produz precipitação que cria uma camada espessa de nuvens, que funciona como um guarda-chuva que protege a superfície da maior parte do aquecimento solar. O resultado são temperaturas climáticas médias, na verdade, até alguns graus inferiores às da Terra de hoje."

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Artigo científico (arXiv.org)
Geophysical Research Letters
New Scientist
Scientific American
Science alert
PHYSORG
engadget

Vénus:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg 
Wikipedia

Pioneer Venus Orbiter (ou Pioneer 12):
Wikipedia
NASA

Sonda Magalhães:
NASA
Wikipedia

 
CASSINI DESCOBRE DESFILADEIROS INUNDADOS EM TITÃ
A sonda Cassini da NASA fez "ping" à superfície de Titã com micro-ondas, descobrindo que alguns canais são desfiladeiros profundos e com encostas íngremes cheias de hidrocarbonetos líquidos. Uma destas características e Vid Flumina, a rede ramificada no quadrante superior esquerdo da imagem.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/ASI
(clique na imagem para ver versão maior)
 

A sonda Cassini da NASA encontrou desfiladeiros íngremes e profundos na lua de Saturno, Titã, que estão inundados com hidrocarbonetos líquidos. A descoberta representa a primeira evidência direta da presença de canais cheios com líquido em Titã, bem como a primeira observação de desfiladeiros com centenas de metros de profundidade.

Um novo artigo na revista Geophysical Research Letters descreve como os cientistas analisaram dados da Cassini a partir de uma íntima passagem da nave espacial por Titã em maio de 2013. Durante o "flyby", o instrumento de radar da Cassini focou-se em canais que se ramificam a partir do grande mar a norte, Ligeia Mare.

As observações da Cassini revelam que os canais - em particular, uma rede chamada Vid Flumina - são gargantas estreitas, geralmente com pouco menos de 1 km em largura, com declives superiores a 40 graus. Os desfiladeiros são também bastante profundos - aqueles medidos têm entre 240 e 570 metros.

Os canais de ramificação aparecem escuros nas imagens de radar, tal como os mares ricos em metano de Titã. Isto sugeriu aos cientistas que os canais também podem estar repletos de líquido, mas a deteção direta só foi feita agora. Anteriormente não era claro se o material escuro era líquido ou se eram meramente sedimentos saturados - que, às frias temperaturas de Titã, podem ser gelo e não rocha.

O radar da Cassini é frequentemente utilizado como uma câmara fotográfica, fornecendo uma janela para espreitar a superfície através da densa névoa que rodeia Titã. Mas, durante esta passagem, o radar foi usado como um altímetro, enviando "pings" de ondas de rádio até à superfície da lua a fim de medir a altura de características geológicas. Os investigadores combinaram os dados de altimetria com imagens prévias de radar para fazer a sua descoberta.

A chave para compreender a natureza dos canais foi a forma como o sinal de radar da Cassini foi refletido das profundezas das características. O instrumento de radar observou um brilho, indicando uma superfície extremamente lisa como aquela observada nos mares de hidrocarbonetos de Titã. O "timing" dos ecos de radar, à medida que eram ricocheteados das bordas e do chão dos desfiladeiros, forneceu uma medição direta das suas profundidades.

A presença de tais cortes profundos na paisagem indica que o processo que os criou esteve ativo por muito tempo ou corroeu-os muito mais depressa que noutras áreas da superfície de Titã. Os cientistas propuseram cenários que incluem a elevação de terreno e mudanças ao nível do mar, ou talvez ambos.

"É provável que uma combinação destas forças tenha contribuído para a formação dos desfiladeiros profundos, mas neste momento não sabemos até que ponto cada uma esteve envolvida. O que é claro é que qualquer descrição da evolução geológica de Titã precisa ser capaz de explicar a formação dos desfiladeiros," afirma Valerio Poggiali da Universidade de Roma, associado da equipa de radar da Cassini e autor principal do estudo.

Os exemplos terrestres de ambos os tipos de processos que formam desfiladeiros podem ser encontrados ao longo do rio Colorado no estado americano do Arizona. Um exemplo de erosão elevatória é o Grand Canyon, onde o aumento de altitude do terreno fez com que o rio cortasse profundamente a paisagem ao longo de vários milhões de anos. Para a formação destas gargantas, impulsionada por variações no nível da água, temos o Lago Powell. Quando o nível da água no reservatório desce, aumenta a taxa de erosão do rio.

"A Terra é quente e rochosa, com rios de água, enquanto Titã é fria e gelada, com rios de metano. E ainda assim é notável encontrar características tão semelhantes em ambos os mundos," realça Alex Hayes, associado da equipa de radar da Cassini na Universidade de Cornell em Ithaca, Nova Iorque, coautor do estudo.

 
Os desfiladeiros de Vid Flumina podem ser aqui vistos nesta imagem de radar da Cassini.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/ASI
(clique na imagem para ver versão maior)
     

Enquanto os dados do altímetro mostraram que o líquido em alguns dos desfiladeiros perto de Ligeia Mare está ao nível do mar - a mesma altitude que o líquido no próprio mar - noutros está dezenas de metros mais elevado. Os investigadores interpretam estes últimos como afluentes que "desaguam" nos canais principais mais abaixo.

O trabalho futuro irá ampliar os métodos usados neste estudo a todos os outros canais que o altímetro de radar da Cassini observou em Titã. Os investigadores esperam que o seu trabalho continue a produzir uma compreensão mais abrangente das forças que esculpiram a paisagem da lua saturniana.

Links:

Núcleo de Astronomia do CCVAlg:
14/12/2012 - Cassini avista mini-rio Nilo em lua de Saturno

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Geophysical Research Letters
Astronomy
SPACE.com
Astrobiology Magazine
Science alert
(e) Science News
ScienceDaily
PHYSORG
COSMOS
UPI
ars technica
gizmag

Titã:
Solarviews
Wikipedia

Ligeia Mare:
Wikipedia

Vid Flumina:
Wikipedia

Saturno:
Solarviews
Wikipedia

Cassini:
Página oficial (NASA)
Wikipedia

 
TAMBÉM EM DESTAQUE
  Destaque do local de aterragem de Schiaparelli (via ESA)
Schiaparelli, o Módulo Demonstrador de Entrada, Descida e Aterragem da missão conjunta ESA/Roscosmos ExoMars 2016, terá como alvo a região do Meridiani Planum para a sua aterragem em outubro, como se pode ver neste mosaico criado a partir das imagens da Mars Express. Ler fonte
 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Galáxias em Colisão no Quinteto de Stephan
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Arquivo do HubbleNASAESA; Processamento e direitos de autor:  Jose Jimenez Priego
 
Será que estas galáxias vão sobreviver? No que pode ser apelidado de semifinal de um torneio de eliminação galáctica, as duas espirais de NGC 7318 estão em colisão. A composição foi criada a partir de imagens captadas pelo Telescópio Espacial Hubble. Quando as galáxias colidem umas com as outras, acontecem muitas coisas, entre elas a distorção gravitacional, a condensação de gás para produzir novos episódios de formação estelar e, por fim, as duas galáxias combinam-se numa só. Dado que estas duas galáxias fazem parte do Quinteto de Stephan, provavelmente ocorrerá uma ronda final de galáxias em luta ao longo dos próximos milhares de milhões de anos, com o eventual resultado de muitas estrelas espalhadas e uma grande galáxia. Muito possivelmente, a galáxia restante não será facilmente identificada com qualquer das suas componentes galácticas iniciais. O Quinteto de Stephan foi o primeiro grupo de galáxias identificado, está situado a cerca de 300 milhões de anos-luz de distância e é visível com um telescópio modesto na direção da constelação de Pégaso.
 

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