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Edição n.º 883
21/08 a 23/08/2012
 
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EFEMÉRIDES

Dia 21/08: 234.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1993, a NASA perdia o contacto com a sonda Mars Observer

Observações: Ao lusco-fusco a Lua faz um bonito conjunto com Saturno, Espiga e Marte baixos a Sudoeste. Cabem todos num campo de visão com 8º.

Dia 22/08: 235.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1989 era descoberto o primeiro anel de Neptuno.

Observações: Procure o triângulo de Saturno, Espiga e Marte para a direita da Lua ao anoitecer.
E para a cima e para a esquerda da Lua, procure a estrela de 3.ª magnitude, Alpha Librae. É um binário muito bonito e largo para binóculos. Os componentes estão alinhados horizontalmente.

Dia 23/08: 236.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1962 estreia a série televisiva, "The Jetsons", uma produção da Hanna-Barbara que introduziu a uma geração um futuro com base na tecnologia. 

Em 1966, a Lunar Orbiter 1 tira a primeira fotografia da Terra a partir de órbita lunar. 
Em 2001, um fogo causa estragos na ordem dos 2,5 milhões de dólares ao Planetário Bishop em Brandenton, Flórida, EUA.
Observações: Por volta das 21 ou 22 horas (dependendo da sua localização), a Ursa Maior "afunda-se" a Noroeste à mesma altura que a Cassiopeia sobe a Nordeste.

 
CURIOSIDADES


A NASA colocou disponível uma versão de mais alta resolução da aterragem do Curiosity pelo MARDI, bem como um vídeo do escudo de calor a colidir na superfície de Marte.

 
LASER E BRAÇO DO CURIOSITY PASSAM PRIMEIROS TESTES

No Domingo passado (19 de Agosto), o rover Curiosity disparou pela primeira vez o seu laser em Marte, usando o feixe de um instrumento científico para interrogar uma rocha com o tamanho de um punho apelidada de "Coronation".

O instrumento ChemCam (Chemistry and Camera), atingiu a rocha com 30 pulsos do seu laser durante 10 segundos. Cada pulso contém mais de um milhão de watts de energia durante aproximadamente cinco mil milionésimos de segundo.

A energia do laser excita os átomos na rocha e torna-se em plasma brilhante e ionizado. O ChemCam apanha a luz que brilha com um telescópio e analisa-a com três espectrómetros para recolher informações acerca da composição do alvo.

Esta composição, com ampliações, mostra o primeiro teste do laser do ChemCam a bordo do rover Curiosity em Marte.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/LANL/CNES/IRAP
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"Obtivemos um esplêndido espectro da 'Coronation' -- um sinal forte," afirma Roger Wiens, investigador principal do ChemCam do Laboratório Nacional de Los Alamos, no estado americano do Novo México. "A nossa equipa está excitada e trabalha arduamente, estudando os resultados. Após oito anos a construir o instrumento, está na altura de colher os frutos!"

O ChemCam registou espectros da faísca induzida pelo laser a cada dos 30 pulsos. O objectivo deste uso inicial do laser em Marte era servir como prática de tiro ao alvo em ordem a caracterizar o instrumento, mas a actividade poderá providenciar valor adicional. Os investigadores vão ver se a composição mudou à medida que os pulsos progrediam. Se mudou, isso poderá indicar poeira ou outro material superficial sendo penetrado para revelar uma composição diferente por baixo da superfície. Os espectrómetros registam intensidades a 6144 diferentes comprimentos de onda no ultravioleta, visível e infravermelho.

É surpreendente que os dados são ainda melhores do que os obtidos em testes cá na Terra, no que respeita ao rácio sinal-ruído," afirma Sylvestre Maurice, cientista do projecto ChemCam do IRAP (Institut de Recherche en Astrophysique et Planetologie) em Toulouse, França. "É muito rico, podemos esperar grandes estudos científicos da investigação potencial de milhares de alvos com o ChemCam ao longo dos próximos dois anos."

A técnica usada pelo ChemCam, chamada espectroscopia de separação induzida por laser, tem sido usada para determinar a composição de alvos noutros ambientes extremos, tais como no interior de reactores nucleares ou no fundo do mar, e já teve aplicações experimentais na monitorização ambiental e na detecção do cancro. A investigação da rocha Coronation assinala a primeira utilização desta técnica na exploração interplanetária.

Braço robótico estica-se pela primeira vez

Ontem (20 de Agosto), foi a vez do seu longo braço robótico estrear-se no Planeta Vermelho, que, de acordo com os gestores da missão, passou na perfeição um importante exame de saúde.

O rover desdobrou o braço robótico e levou a cabo uma complexa série de manobras de teste para confirmar que o apêndice com 2,1 metros está em boas condições para trabalhar. O braço robótico do Curiosity tem cinco articulações e tem na ponta instrumentos sofisticados para estudar o solo de perto.

O teste de ontem consistiu na flexão de todas as junções para estender o braço à frente do rover, e na dobra para a sua posição de viagem em preparação para a primeira condução do Curiosity, planeada para os próximos dias.

O rover Curiosity estendeu o seu braço robótico pela primeira vez e usou a Navcam para capturar esta imagem.
Crédito: NASA/JPL-Caltech
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"Correu tudo como esperávamos," afirma Louise Jandura, engenheira do sistema de recolha de amostras do Curiosity no JPL da NASA em Pasadena Califórnia. "Da telemetria e das imagens recebidas, podemos confirmar que o braço foi para as posições ordenadas."

O braço robótico do Curiosity é um dos conjuntos de ferramentas mais poderosos do rover. No fim do braço está uma "torre" de 30 kg com quase 60 centímetros de largura. Contém uma broca que pode escavar até 2,5 cm de profundidade em rochas marcianas, um instrumento para recolher amostras, uma câmara para análises microscópicas e um espectrómetro para determinar a composição dos alvos rochosos.

"Vamos começar a usar o nosso sistema de amostras nas próximas semanas, e estamos preparando-nos para começar a mover o rover ainda esta semana," afirma Richard Cook, gestor do projecto Curiosity. Mas são precisos mais testes do braço robótico antes que este possa começar o estudo de Marte. O braço tem que passar ainda outras calibrações para se ter a certeza que está a funcionar adequadamente.

Links:

Cobertura da missão do rover Curiosity pelo CCVAlg:
10/08/2012 - Curiosity envia 1.º panorama a cores
07/08/2012 - Curiosity aterra em Marte!
03/08/2012 - Rover Curiosity: tudo ou nada
31/07/2012 - Aterragem de rover marciano segue grande tradição dramática com 40 anos
17/07/2012 - Rover Curiosity a caminho da aterragem no início de Agosto
20/12/2011 - Rover marciano da NASA começa pesquisa no espaço
25/11/2011 - Como é que o Curiosity vai para Marte? Com muito cuidado
22/11/2011 - Mega-rover pronto para pesquisar sinais de vida em Marte
05/07/2011 - Rover Curiosity poderá subir monte com altura do Kilimanjaro

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
NASA - 2 (comunicado de imprensa)
SPACE.com
SPACE.com - 2
PHYSORG
PHYSORG - 2
Sky & Telescope
Universe Today
Nature
Discovery News
Wired News
UPI.com
Reuters
Engadget
BBC News
Público
Visão
Diário de Notícias

Rover Curiosity (MSL):
NASA
NASA - 2 
NASA - 3
Wikipedia
A Ciência do Curiosity (YouTube) 
Química em Marte: a missão do Curiosity (YouTube)

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

 
NOVA MISSÃO DA NASA VAI ESTUDAR DIRECTAMENTE E PELA PRIMEIRA VEZ O INTERIOR DE MARTE

A NASA seleccionou uma nova missão, com lançamento previsto para 2016, que vai estudar pela primeira vez o interior de Marte para tentar saber o porquê do Planeta Vermelho ter evoluído de modo tão diferente do da Terra.

A nova missão, com o nome de InSight (Interior exploration using Seismic Investigations, Geodesy and Heat Transport), colocará instrumentos na superfície marciana para investigar se o núcleo de Marte é sólido ou líquido como o da Terra, e o porquê da crosta de Marte não estar dividida em placas tectónicas móveis como as da Terra. O conhecimento detalhado do interior de Marte, em comparação com o da Terra, vai ajudar os cientistas a melhor compreender como é que os planetas terrestres se formam e evoluem.

"A exploração de Marte é uma prioridade para a NASA, e a selecção da InSight assegura que vamos continuar a desvendar os mistérios do Planeta Vermelho e a estabelecer as bases de uma futura missão tripulada," afirma Charles Bolden, Administrador da NASA. "A aterragem bem-sucedida do rover Curiosity galvanizou o interesse público na exploração do espaço e o anúncio de hoje torna claro que estão por vir mais excitantes missões a Marte."

Impressão de artista da missão proposta InSight (Interior exploration using Seismic Investigations, Geodesy and Heat Transport). Tem como base o "lander" Phoenix, bem como a sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter) e GRAIL (Gravity Recovery and Interior Laboratory).
Crédito: JPL/NASA
(clique na imagem para ver versão maior)
 

A InSight será liderada por W. Bruce Banerdt do JPL da NASA em Pasadena, Califórnia, EUA. A equipa científica da InSight inclui co-investigadores americanos e internacionais de universidades e agências governamentais e industriais. A agência espacial francesa CNES (Centre National d'Etudes Spatiales) e o Centro Aeroespacial Alemão vão contribuir com instrumentos para o "lander" InSight, com lançamento e aterragem prevista em Marte para Março e Setembro de 2016, respectivamente, uma missão científica com a duração calculada de dois anos.

A missão InSight é a 12.ª selecção da NASA na sua série de missões da classe Discovery. Criado em 1992, o Programa Discovery patrocina frequentemente missões de exploração do Sistema Solar de baixo-custo com objectivos científicos altamente focados. A NASA solicitou propostas de missões em Junho de 2010 e recebeu 28. A InSight foi uma entre três missões propostas seleccionadas em Maio de 2011 para financiamento de estudos preliminares e análises. As outras duas propostas eram missões a um cometa (com o nome Comet Hopper, que faria aterrar uma sonda num cometa múltiplas vezes para estudar como é que o corpo mudava na sua viagem em torno do Sol) e à lua de Saturno, Titã (com o nome TiME ou Titan Mare Explorer, que aterraria num dos mares de metano líquido de Titã, providenciando a primeira exploração directa de um oceano para lá da Terra).

A InSight vai apoiar-se em tecnologia já usada pela NASA na extraordinária missão Phoenix, que foi lançada na direcção do Planeta Vermelho em 2007 e onde descobriu a existência de água perto da superfície nas regiões polares de Marte. Ao incorporar sistemas comprovados na missão, a equipa da InSight demonstrou que o conceito da missão era de baixo risco e que podia ficar dentro do orçamento limitado das missões Discovery, ao contrário das outras duas, cujo risco era maior. O custo da missão, excluindo o veículo de lançamento e serviços relacionados, está limitado a 425 milhões de dólares (valor monetário do ano de 2010).

"O nosso Programa Discovery permite aos cientistas usar abordagens inovadoras em busca da resposta a questões fundamentais acerca do nosso Sistema Solar na categoria de baixo-custo," afirma John Grunsfeld, administrador associado para o Directorado de Missões Científicas na sede da NASA. "A InSight vai estudar a natureza do interior e a estrutura de Marte, bem abaixo das observações que temos sido capazes de fazer a partir de órbita ou à superfície."

O "lander" InSight vai transportar quatro instrumentos. O JPL vai providenciar um instrumento geodésico para determinar o eixo de rotação do planeta e um braço robótico e duas câmaras usadas para implantar e monitorizar instrumentos na superfície marciana. O CNES lidera um consórcio internacional que está a construir um instrumento para medir ondas sísmicas que percorram o interior do planeta. O Centro Aeroespacial Alemão está a construir uma sonda subsuperficial para medir o fluxo de calor desde o interior, que vai descer até aos cinco metros de profundidade, onde os seus sensores vão medir a temperatura.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
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The Planetary Society
SPACE.com
Universe Today
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COSMOS
Science
New Scientist
Nature
Space News
Spaceflight Now
Wired News
Engadget
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Discovery News

InSight:
NASA/JPL
Vídeo introdutório (YouTube)
Wikipedia

Programa Discovery:
NASA
Wikipedia

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

 
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  Primeiras evidências da destruição de um planeta por uma estrela (via arXiv.org)
As primeiras evidências da destruição de um planeta pela sua estrela velha foi descoberta por uma equipa internacional de astrónomos. A evidência indica que o planeta foi devorado à medida que a estrlea entrou na sua fase de gigante vermelha -- o equivalente estelar a idade avançada. Ler fonte
 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Enxame Globular M72
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Crédito: NASAESAHubbleHPOW
 
Os enxames globulares já dominaram a Via Láctea. Há muito tempo atrás, quando a nossa Galáxia se formou, talvez milhares de enxames globulares por ela vagueavam. Hoje, existem por volta de 200. Muitos enxames globulares foram destruídos com o passar do tempo através de fatídicos e repetidos encontros, uns com os outros ou até com o Centro Galáctico. Estas relíquias que hoje sobrevivem são mais velhas que qualquer fóssil na Terra, mais velhas que muitas outras estruturas na Via Láctea, e limitam o próprio Universo em idade bruta. Existem poucos, se alguns, enxames globulares jovens na nossa Galáxia porque as condições para a sua formação já não são as ideais. Na imagem, obtida pelo Telescópio Espacial Hubble, estão cerca de 100.000 estrelas de M72. M72, que se prolonga por aproximadamente 50 anos-luz e situa-se a cerca de 50.000 anos-luz de distância, pode ser visto com um pequeno telescópio na direcção da constelação de Aquário.
 

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