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Edição n.º 1002
11/10 a 14/10/2013
 
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EFEMÉRIDES

Dia 11/10: 284.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1958, lançamento da sonda Pioneer 1 (a sonda cai para a Terra e é destruída).
Em 1968, lançamento da Apollo 7, a primeira missão tripulada do programa Apollo.
Em 1984, a astronauta Kathryn D. Sullivan, da missão STS-41G, torna-se na primeira mulher a fazer um passeio espacial.

Em 2000, lançamento da missão STS-92 do vaivém Discovery, a centésima do programa dos vaivéns espaciais.
Observações: A brilhante estrela Arcturo pisca cada vez mais baixo a Oeste ao anoitecer. Durante quantas mais semanas a consegue observar? Bem para a sua direita, procure a Ursa Maior perto do horizonte.

Dia 12/10: 285.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1964, lançamento do Voskhod 1, a primeira missão com uma tripulação de várias pessoas e o primeiro voo sem fatos espaciais. 

Em 1994, destruição da Magalhães na atmosfera de Vénus
Em 2005, o segundo voo espacial da China. O Shenzhou 6 transportava dois astronautas durante cinco dias em órbita.
Observações: Lua em Quarto Crescente, pelas 00:02.
Triplo trânsito em Júpiter. Um caso raro de três luas - Io, Europa e Calisto - que provocam pequenas sombras na atmosfera de Júpiter à mesma altura, desde as 05:32 até ao amanhecer (a primeira sombra aparece pelas 04:20). Júpiter está bem alto, para a direita de Pollux, na constelação de Gémeos.

Dia 13/10: 286.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1773, Charles Messier descobria a Galáxia do Rodamoinho (M51).

Em 1884, Greenwich, em Londres, Inglaterra, é estabelecida como o meridiano de longitude para a Hora Universal.
Em 1892 (noite de 13 para 14), Edward Emerson Barnard descobre D/1892 T1, o primeiro cometa por meios fotográficos. 
Em 1933, criação da Sociedade Interplanetária Britânica.
Observações: Vénus tem vindo a aproximar-se da alaranjada Antares, que brilha para a sua esquerda. Estão agora a 3,5º no céu a Sudoeste ao lusco-fusco. Vão passar a menos de 1,5º no dia 16.

Dia 14/10: 287.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1960, a sonda soviética Mars 1960B falha a inserção na órbita da Terra. 
Em 1968 tem lugar a primeira transmissão televisiva em directo de uma nave espacial, a Apollo 7.
Em 2012, Felix Baumgartner salta da estratosfera para tentar quebrar o recorde de maior queda livre, a uma altitude de 39.068 metros.

Observações: Assim que seja possível observar de madrugada (de dia 13 para 14), baixo a Este-Nordeste, aviste telescopicamente Júpiter - a pequena sombra de Io passa pela atmosfera do planeta até cerca das 02:15. Cerca de 10 minutos depois, Ganimedes desaparece por trás do gigante gasoso. Io reaparece pelas 03:30, Europa no outro lado pelas 04:20 e Ganimedes pelas 05:50.

 
CURIOSIDADES


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RARO TRÂNSITO TRIPLO NA NOITE DE 11 PARA 12 DE OUTUBRO

Três das quatro luas mais brilhantes de Júpiter vão dar um raro espectáculo aos observadores telescópicos na noite de Sexta para Sábado (11 para 12 de Outubro). Cerca de uma hora antes do amanhecer de dia 12, Io, Europa e Calisto vão simultaneamente provocar sombras no topo das nuvens do planeta, um evento que não acontecia desde 28 de Março de 2004.

Quem não se lembra da primeira vez que observou Júpiter e sua comitiva de luas dançarinas através de um telescópio? Dado que cada uma orbita a uma velocidade diferente, dependendo da distância ao planeta, estão constantemente em movimento como crianças num jogo de cadeiras. Todas as noites proporcionam um arranjo diferente.

Em certas noites, todas as quatro mais brilhantes estão visíveis apenas num lado do planeta, outras noites apenas duas ou três são visíveis, as outras escondidas por trás do globo de Júpiter. Ocasionalmente temos sorte e vemos a sombra de uma das luas passar em frente do planeta. A este evento chamamos trânsito, mas para alguém que observasse o evento a partir de Júpiter, a lua passa em frente do Sol para criar um eclipse solar total.

Trânsito triplo de 28 de Março de 2004. Sombras da esquerda para a direita: Ganimedes, Io e Calisto. Também podem ser observados os discos de Io (ponto branco) e Ganimedes (ponto azul) na foto infravermelha obtida pelo Hubble.
Crédito: NASA/ESA
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Tendo em conta que o Sol visto de Júpiter tem apenas 1/5 do tamanho que tem no céu da Terra, todas as quatro luas são grandes o suficiente para cobrir completamente a nossa estrela e provocar sombras escuras que se parecem com pequenos pontos negros de vários tamanhos. Europa tem a sombra mais pequena e as sombras de Io e Calisto são as mais bem definidas. Ganimedes, a maior lua do Sistema Solar com 5262 km, provoca uma sombra "gorda" e um tanto ou quanto desfocada em relação às outras.

Os três satélites mais interiores - Io, Europa e Ganimedes - têm trânsitos a cada órbita. O distante Calisto só transita quando a inclinação de Júpiter relativamente à Terra é muito pequena, isto é, quando o plano das órbitas das luas está quase de lado a partir da nossa perspectiva. Os trânsitos de Calisto ocorrem em "estações" alternantes com a duração de aproximadamente 3 anos cada uma. Três anos de teatro de sombras de Calisto são seguidos por três anos de ausência de sombras. Os trânsitos individuais são muito comuns; podemos encontrar tabelas online ou usar programas informáticos com listas de datas e horas.

A passagem simultânea de duas sombras pela face de Júpiter é menos frequente, e de três é um evento raro. Em média, os trânsitos triplos ocorrem uma ou duas vezes por década. Na noite de 11 para 12, cada lua entra na dança. A sombra de Calisto aparece primeiro pelas 04:12, seguida da de Europa e depois da de Io. Pelas 05:32 já todas as três estão visíveis.

Júpiter com as negras sombras das luas Io, Europa e Calisto, por volta das 5 da manhã (hora de Portugal Continental).
Crédito: Miguel Montes; Stellarium
 

Observe-as enquanto puder. Grupos destes não duram muito tempo. E pior ainda, o amanhecer vai interferir com o 3.º acto do espectáculo cá em Portugal. Aqui ficam os detalhes. Todas as horas correspondem à hora de Portugal (Continental):

  • Sombra de Calisto entra no disco - 04:12 (já de dia 12)
  • Sombra de Europa - 04:24
  • Sombra de Io - 05:32
  • TRÂNSITO TRIPLO - desde as 05:32 até às 06:37
  • Sombra de Calisto desaparece - 06:37
  • Sombra de Europa desaparece - 07:01
  • Sombra de Io desaparece - 07:44

Júpiter já estará bem alto no céu quando do começo dos trânsitos. Um telescópio de quatro polegadas ou mais, com ampliação que ronda as 100x, consegue mostrar as três sombras.

No dia 3 de Junho de 2014 haverá outro trânsito triplo de Europa, Ganimedes e Calisto. Infelizmente, ocorre antes do anoitecer [em Portugal]. Seguidamente, haverá ainda outro no dia 24 de Janeiro de 2015, entre Io, Europa e Calisto, semi-visível antes do amanhecer (em Portugal a terceira sombra aparece ao amanhecer). Após estas duas datas, só em 2032 é que terão lugar dois novos trânsitos triplos.

Posição de Júpiter no céu nocturno.
Crédito: Miguel Montes; Stellarium
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Links:

Núcleo de Astronomia do CCVAlg:
Júpiter
Io
Europa
Ganimedes
Calisto

Trânsito:
Wikipedia

Stellarium:
Página oficial

 
PRIMEIRA EVIDÊNCIA DE UM COMETA TER ATINGIDO A TERRA

A primeira evidência de um cometa ter entrado na atmosfera da Terra e ter explodido, despoletando uma onda de choque e fogo que obliterou todas as formas de vida no seu caminho, foi descoberta por uma equipa de cientistas sul-africanos e colaboradores internacionais, e foi apresentada numa palestra ontem (Quinta-feira).

A descoberta não só forneceu a primeira prova definitiva de um cometa que atingiu a Terra, há milhões de anos atrás, mas também pode ajudar a desvendar, no futuro, os segredos da formação do nosso Sistema Solar.

Impressão de artista de um cometa a explodir na atmosfera da Terra por cima do Egipto.
Crédito: Terry Bakker
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"Os cometas sempre visitaram os nossos céus - são bolas de neve sujas, uma mistura entre gelo e poeira - mas nunca antes na história tinha material de um cometa sido encontrado na Terra," afirma o professor David Block, da Universidade de Wits.

O cometa entrou na atmosfera da Terra por cima do Egipto há 28 milhões de anos atrás. À medida que irrompia pela atmosfera, explodiu, aqueceu a areia por baixo até uma temperatura de aproximadamente 2000 graus Celsius, o que resultou na formação de uma grande quantidade de vidro de sílica amarelado que se encontra dispersado sobre uma área de 6000 km^2 no Saara. Um magnífico exemplar do vidro, polido por antigos joalheiros, encontra-se num colar de Tutankhamon, representando um impressionante escaravelho egípcio.

O colar de Tutankhamon, que celebra o antigo faraó egípcio com um magnífico escaravelho feito por vidro de sílica, que os cientistas dizem que foi provavelmente formado a partir de um impacto cometário há milhões de anos atrás.
Crédito: Universidade de Witswatersrand
(clique na imagem para ver versão maior)
 

A pesquisa, que será publicada na revista Earth and Planetary Science Letters, foi realizada por uma colaboração de geocientistas, físicos e astrónomos, incluindo Block, Jan Kramers, autor principal do artigo da Universidade de Joanesburgo, o Dr. Marco Andreoli da Corporação Sul-Africana de Energia Nuclear e Chris Harris da Universidade de Cidade do Cabo.

No centro da atenção desta equipa estava uma misteriosa pedra preta encontrada anos antes por um geólogo egípcio na área do vidro de sílica. Após a realização de análises químicas altamente sofisticadas, os autores chegaram à conclusão inevitável de que o seixo representava o primeiro espécime conhecido de um núcleo de cometa, ao invés de simplesmente um tipo raro de meteorito.

Kramers descreve este como um momento de euforia da sua carreira. "É uma típica euforia científica quando eliminamos todas as outras opções e chegamos à conclusão do que deve ser," afirma.

O impacto da explosão também produziu diamantes microscópicos. "Os diamantes são produzidos a partir de material com carbono. Normalmente formam-se nas profundezas da Terra, onde a pressão é alta, mas também podemos gerar pressão muito alta com o choque. Parte do cometa colidiu com o chão e o choque do impacto produziu os diamantes," acrescenta Kramers.

A equipa chamou ao seixo que contém diamantes "Hipátia" em honra à primeira matemática, astrónoma e filósofa, Hipátia de Alexandria.

O material cometário é muito elusivo. Não tinha sido encontrados antes fragmentos de cometa na Terra, à excepção de partículas de poeira de tamanho microscópico na atmosfera superior e alguma poeira rica em carbono no gelo antárctico. As agências espaciais gastaram milhares de milhões para garantir estas minúsculas quantidades de matéria cometária pristina.

"A NASA e a ESA gastaram milhares de milhões de dólares recolhendo poucos microgramas de material cometário e a trazê-lo para a Terra, e agora temos uma nova abordagem radical de estudar este material, sem gastar milhares de milhões a recolhê-lo," afirma Kramers.

O estudo de Hipátia tem crescido até um programa colaborativo de pesquisa internacional, coordenado por Andreoli, que envolve um número crescente de cientistas provenientes de várias disciplinas. O Dr. Mario di Martino do Observatório Astrofísico de Turim levou a cabo várias expedições à área de vidro no deserto.

"Os cometas contêm os segredos que desbloqueiam a formação do nosso Sistema Solar e esta descoberta dá-nos uma oportunidade sem precedentes para estudar o material cometário em primeira mão," afirma Block.

Links:

Notícias relacionadas:
Universidade de Witwatersrand, Joanesburgo (comunicado de imprensa)
Earth and Planetary Science Letters (requer subscrição)
SPACE.com
New Scientist
redOrbit
PHYSORG
science 2.0
The Verge
UPI.com
AstroPT

Cometas:
Wikipedia
NASA

 
TAMBÉM EM DESTAQUE
  Estudo descobre que ballet orbital de satélites de Plutão indicam antiga colisão (via Instituto de Pesquisa do Sudoeste)
Um grande impacto há 4 mil milhões de anos pode explicar a configuração orbital das cinco luas conhecidas de Plutão, de acordo com um novo modelo desenvolvido por cientistas planetários. Ler fonte
 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - M78: Luz e Poeira Estelar
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Tony Hallas
 
Nuvens de poeira interestelar e nebulosas brilhantes abundam na fértil constelação de Orionte. Uma das mais brilhantes, M78, está para a esquerda do centro nesta colorida vista telescópica, que cobre uma área para norte da Cintura de Orionte. A uma distância de aproximadamente 1500 anos-luz, a própria nebulosa azulada mede cerca de 5 anos-luz em diâmetro. A sua coloração azul é devida à poeira, que preferencialmente reflecte luz azul das estrelas quentes e jovens na região. Correntes de poeira escura e outras nebulosas podem facilmente ser traçadas nesta esplêndida paisagem cósmica. A cena inclui também a magnífica Nebulosa McNeil - uma nebulosa recentemente reconhecida como estando associada com a formação de uma estrela tipo-Sol, e o brilho avermelhado revelador de muitos objectos Herbig-Haro, jactos energéticos de estrelas no processo de formação.
 

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