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Edição n.º 1402
15/08 a 17/08/2017
 
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EFEMÉRIDES

Dia 15/08: 227.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1977, o The Big Ear, um radiotelescópio operado pela Universidada Estatal do Ohio, como parte do projeto SETI, recebe um sinal de rádio do espaço profundo; o evento é denominado de "sinal Wow!", a partir de uma anotação feita por um voluntário do projeto.

Em 2006, a sonda Voyager 1, o mais distante objeto feito pelo Homem, alcança as 100 UA do Sol. Isto significa que a sonda, lançada no dia 20 de agosto de 1977, estava 100 vezes mais distante do Sol que a Terra.
Observações: Lua em Quarto Minguante, pelas 02:16. Esta madrugada, encontra-se para a direita das Plêiades. Até ao amanhecer, poderá ver a Lua a subir a este surgindo, para baixo, as constelações de Touro, de Orionte e Gémeos. Para a direita das estrelas Pollux e Castor desta última constelação, está o planeta Vénus.
Trânsito de Europa, entre as 21:48 e as 00:25 (já de dia 16),

Dia 16/08: 228.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1744, nascia Pierre Méchain, astrónomo francês que, além de Charles Messier, foi um grande contribuidor para os primeiros estudos de objetos de céu profundo e cometas.
Em 1989, uma proeminência solar cria uma tempestade geomagnética que afeta microchips, fazendo parar a bolsa de Toronto.
Em 2000, depois de 18 meses de observações pelo Satélite Astronómico de Ondas Sub-milimétricas da NASA, ou SWAS, é anunciada a deteção de vapor de água no espaço interestelar.

"Podemos ver estes berçários estelares como gigantes fábricas químicas que produzem vapor de água a um ritmo tremendo. As grandes quantidades presentes nas regiões de formação estelar irão ajudar o gás interestelar a arrefecer, talvez eventualmente a despertar o nascimento de uma futura geração de estrelas."David Neufeld, professor de Física e Astronomia da Universidade John Hopkins.
Observações: Antes do amanhecer, olhe para este em busca da Lua, situado perto de Aldebarã. Para baixo está Orionte, estando a sua Cintura, constituída por três estrelas, quase na vertical.

Dia 17/08: 229.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1877, Asaph Halldescobria Fobos, a maior e mais interior lua de Marte.
Em 1958, é lançada a Pioneer 0, a primeira tentativa dos EUA em atingir órbita lunar, usando os primeiros foguetões Thor-Able. A missão falha. No entanto, é notável por ser uma das primeiras a ir para lá da Terra. 
Em 1966 era lançada a sonda Pioneer 7.
Em 1970 a sonda soviética Venera 7 é lançada a partir do cosmódromo de Baikonur. Chega a Vénus no dia 15 de dezembro de 1970. É a primeira nave a enviar dados para a Terra a partir da superfície de outro planeta. A Venera 7 teve também uma sonda gémea, lançada a 22 de agosto, mas que permaneceu em órbita da Terra.
Em 1980, depois de 1400 órbitas em torno de Marte, a sonda Viking 1 foi desligada. Lançada a 25 de agosto de 1975, a missão Viking revelou, na altura, as melhores imagens do planeta. Uma das suas fotografias mais famosas é a "Cara em Marte". 
Em 1999 a sonda Cassini passava pela Terra (1166 km), sobre o lado este do Pacífico Sul.

Este é um de 4 voos rasantes planetários (Vénus, Vénus novamente, Terra e Júpiter), para uma assistência gravitacional a fim da sonda chegar a Saturno em 2004. Este voo rasante deu à Cassini um aumento de velocidade de 20.000 quilómetros por hora. As vozes contra a Cassini e o seu plutónio respiraram de alívio.
Observações: O "W" de Cassiopeia, inclinado um pouco, está a nordeste por estas noites. O seu lado direito superior é o mais brilhante. Observe-o a subir e a inclinar-se cada vez mais ao longo da noite e ao longo dos próximos meses.

 
CURIOSIDADES


Magnitude absoluta é a magnitude que qualquer objeto teria se fosse colocado exatamente a 10 parsecs (32,6 anos-luz) de distância do observador.

 
TRAPPIST-1 É MAIS ANTIGA QUE O NOSSO SISTEMA SOLAR
Esta ilustração mostra o possível aspeto do sistema TRAPPIST-1 a partir de um ponto de vista próximo do planeta TRAPPIST-1f (direita).
Crédito: NASA/JPL-Caltech
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Se quisermos saber mais sobre se a vida poderá sobreviver num planeta para lá do nosso Sistema Solar, é importante saber a idade da sua estrela. As estrelas jovens libertam frequentemente radiação altamente energética sob a forma de erupções que podem atingir as superfícies dos seus planetas. Se os planetas são recém-formados, as suas órbitas também podem ser instáveis. Por outro lado, os planetas que orbitam estrelas mais velhas sobreviveram a estes episódios flamejantes e juvenis, mas também foram expostos aos estragos da radiação estelar durante um maior período de tempo.

Os cientistas têm agora uma boa estimativa da idade de um dos sistemas planetários mais intrigantes descobertos até à data - TRAPPIST-1, um sistema com sete mundos do tamanho da Terra em órbita de uma anã ultrafria a cerca de 40 anos-luz de distância. Os investigadores dizem, num novo estudo, que a estrela TRAPPIST-1 é muito antiga: tem entre 5,4 e 9,8 mil milhões de anos. Poderá ser até duas vezes mais velha que o nosso próprio Sistema Solar, que se formou há cerca de 4,5 mil milhões de anos.

As sete maravilhas de TRAPPIST-1 foram reveladas no início deste ano numa conferência de imprensa da NASA, usando uma combinação de resultados do TRAPPIST (Transiting Planets and Planetesimals Small Telescope) no Chile, do Telescópio Espacial Spitzer da NASA e de outros telescópios terrestres. Três dos planetas de TRAPPIST-1 residem na "zona habitável" da estrela, a gama de distâncias orbitais onde um planeta rochoso com uma atmosfera poderá conseguir suportar a existência de água à sua superfície. Todos os sete planetas têm, provavelmente, bloqueio de marés, isto é, cada com um perpétuo lado diurno e noturno.

Aquando da sua descoberta, os cientistas pensavam que o sistema TRAPPIST-1 tinha que ter pelo menos 500 milhões de anos, uma vez que é o tempo necessário para que estrelas de baixa massa como TRAPPIST-1 (apenas 8% da massa do Sol) contraiam para o seu tamanho mínimo, apenas um pouco maiores que o planeta Júpiter. No entanto, mesmo este limite mínimo de idade era incerto; em teoria, a estrela podia ser quase tão antiga quanto o próprio Universo. Será que as órbitas deste sistema compacto de planetas eram estáveis? Será que a vida já teria tido tempo suficiente para evoluir em qualquer um destes mundos?

"Os nossos resultados ajudam realmente a restringir a evolução do sistema TRAPPIST-1, porque o sistema tem que ter persistido durante milhares de milhões de anos. Isto significa que os planetas tiveram que evoluir juntos, caso contrário o sistema há muito que se teria desmoronado," afirma Adam Burgasse, astrónomo da Universidade da Califórnia, em San Diego, EUA, autor principal do artigo. Burgasser juntou esforços com Eric Mamajek, cientista do Programa de Exploração Exoplanetária da NASA no JPL da agência espacial em Pasadena, no mesmo estado norte-americano, com o objetivo de calcular a idade de TRAPPIST-1. Os seus resultados serão publicados na revista The Astrophysical Journal.

TRAPPIST-1 é uma estrela anã ultrafria na direção da constelação de Aquário e os seus sete planetas orbitam muito perto dela.
Crédito: NASA/JPL-Caltech
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Não está claro o que essa idade mais antiga significa para a habitabilidade dos planetas. Por um lado, as estrelas mais velhas iluminam menos que as estrelas mais jovens, e Burgasser e Mamajek confirmaram que TRAPPIST-1 é relativamente silenciosa em comparação com outras anãs ultrafrias. Por outro, tendo em conta que os planetas estão tão próximos da estrela, podem ter absorvido milhares de milhões de anos de radiação altamente energética, radiação esta capaz de "ferver" atmosferas e grandes quantidades de água. De facto, o equivalente a um oceano da Terra poderá ter evaporado de cada planeta em TRAPPIST-1 à exceção dos dois mais distantes: os planetas g e h. No nosso próprio Sistema Solar, Marte é um exemplo de um planeta que provavelmente já teve água líquida à sua superfície no passado e que perdeu a maior parte da sua água e da atmosfera para a radiação altamente energética do Sol ao longo de milhares de milhões de anos.

No entanto, uma grande idade não significa, necessariamente, que a atmosfera de um planeta foi totalmente destruída. Dado que os planetas de TRAPPIST-1 têm densidades inferiores à da Terra, é possível que grandes reservatórios de moléculas voláteis como a água possam produzir atmosferas espessas que protejam as superfícies planetárias das radiações prejudiciais. Uma atmosfera espessa pode ajudar a redistribuir o calor para os lados noturnos destes planetas bloqueados pelo efeito de maré, aumentando a área habitável. Mas isto também pode criar um efeito de estufa, no qual a atmosfera se torna tão espessa que a superfície do planeta sobreaquece - como em Vénus.

"Caso haja vida nesses planetas, eu especularia que tem que ser uma vida robusta, porque tem que ser capaz de sobreviver a alguns cenários potencialmente terríveis durante milhares de milhões de anos," comenta Burgasser.

Felizmente, as estrelas de baixa massa como TRAPPIST-1 têm temperaturas e brilhos que permanecem relativamente constantes ao longo de biliões de anos, pontuados por aumentos ocasionais de atividade estelar. Prevê-se que as vidas de estrelas minúsculas como TRAPPIST-1 sejam muito, muito maiores do que a idade de 13,7 mil milhões de anos do Universo (o Sol, em comparação, tem uma vida útil estimada em mais ou menos 10 mil milhões de anos).

"As estrelas muito mais massivas que o Sol consomem o seu combustível rapidamente, aumentando de brilho ao longo de milhões de anos e explodindo como supernovas," afirma Mamajek. "Mas TRAPPIST-1 é como uma vela lenta que brilhará cerca de 900 vezes mais do que a idade atual do Universo."

Algumas das pistas que Burgasser e Mamajek usaram para medir a idade de TRAPPIST-1 incluem a rapidez com que a estrela se move na sua órbita em torno da Via Láctea (estrelas mais rápidas tendem a ser mais velhas), a sua composição química atmosférica e quantas erupções TRAPPIST-1 teve durante períodos observacionais. Todas estas variáveis apontaram para uma idade substancialmente maior do que a do nosso Sol.

Observações futuras com o Telescópio Espacial Hubble da NASA e com o futuro Telescópio Espacial James Webb poderão revelar se estes planetas têm atmosferas e se são, ou não, como a da Terra.

"Estes novos resultados fornecem um contexto útil para futuras observações dos planetas de TRAPPIST-1, o que nos poderá dar mais informações sobre a formação e evolução das atmosferas planetárias, e se estas persistem ou não," explica Tiffany Kataria, cientista exoplanetária do JPL, que não esteve envolvida no estudo.

As observações futuras com o Spitzer poderão ajudar os cientistas a aprimorar as suas estimativas das densidades dos planetas de TRAPPIST-1, o que fornecerá mais dados sobre as suas composições.

Links:

Núcleo de Astronomia do CCVAlg:
18/07/2017 - Baixa probabilidade de existência de vida em TRAPPIST-1
13/06/2017 - Astrónomos explicam formação de sete exoplanetas em redor de TRAPPIST-1
23/05/2017 - Astrónomos confirmam detalhes orbitais do planeta menos compreendido de TRAPPIST-1
02/05/2017 - Sistema solar recém-descoberto pode "semear" vida entre exoplanetas
28/02/2017 - Planetas do tamanho da Terra: a geração mais recente e estranha
24/02/2017 - Anã ultrafria e os sete planetas
10/02/2017 - NASA descobre que planetas de anãs vermelhas podem perder oxigénio nas zonas habitáveis
28/10/2016 - Preferencialmente, planetas do tamanho da Terra com muita água
16/09/2016 - Conheça a estrela, conheça o planeta 
22/07/2016 - Hubble faz o primeiro estudo atmosférico de exoplanetas do tamanho da Terra
03/05/2016 - Três mundos potencialmente habitáveis em torno de uma estrela anã muito fria

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
PHYSORG
UPI
engadget

TRAPPIST-1:
Wikipedia
Open Exoplanet Catalogue
TRAPPIST-1b (Wikipedia)
TRAPPIST-1b (Exoplanet.eu) 
TRAPPIST-1c (Wikipedia) 
TRAPPIST-1c (Exoplanet.eu)
TRAPPIST-1d (Wikipedia)
TRAPPIST-1d (Exoplanet.eu)
TRAPPIST-1e (Wikipedia)
TRAPPIST-1e (Exoplanet.eu)
TRAPPIST-1f (Wikipedia)
TRAPPIST-1f (Exoplanet.eu)
TRAPPIST-1g (Wikipedia)
TRAPPIST-1g (Exoplanet.eu)
TRAPPIST-1h (Wikipedia)
TRAPPIST-1h (Exoplanet.eu)

Planetas extrasolares:
Wikipedia
NASA Exoplanet Arquive
Lista de planetas (Wikipedia)
Lista de exoplanetas potencialmente habitáveis (Wikipedia)
Lista de extremos (Wikipedia)
Open Exoplanet Catalogue
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares

Zona habitável:
Wikipedia

Anãs vermelhas:
Wikipedia

Telescópio Espacial Spitzer:
Página oficial 
NASA
Centro de Ciência Spitzer 
Wikipedia

Telescópio TRAPPIST:
Página oficial (Universidade de Lieja)
ESO
Wikipedia

Telescópio Espacial Hubble:
Hubble, NASA 
ESA
STScI
SpaceTelescope.org
Base de dados do Arquivo Mikulski para Telescópios Espaciais

JWST (Telescópio Espacial James Webb):
NASA
STScI
ESA
Wikipedia

 
INDICAÇÕES DE EFEITOS RELATIVISTAS EM ESTRELAS QUE ORBITAM O BURACO NEGRO SUPERMASSIVO SITUADO NO CENTRO DA GALÁXIA

Uma nova análise de dados obtidos com o VLT (Very Large Telescope) do ESO e outros telescópios sugere que as órbitas das estrelas em torno do buraco negro supermassivo situado no centro da Via Láctea mostram os efeitos subtis previstos pela teoria da relatividade geral de Einstein. A órbita da estrela S2 parece desviar-se ligeiramente do percurso calculado pela física clássica. Este resultado é um prelúdio a medições muito mais precisas e testes de relatividade que serão executados pelo instrumento GRAVITY quando a estrela S2 passar muito perto do buraco negro em 2018.

No centro da Via Láctea, a 26.000 anos-luz de distância da Terra, situa-se o buraco negro supermassivo mais próximo de nós, com uma massa de 4 milhões de vezes a massa do Sol. Este "monstro" encontra-se rodeado por um pequeno grupo de estrelas que orbitam a alta velocidade no forte campo gravitacional do buraco negro. Trata-se do ambiente perfeito para testar a física gravitacional e, em particular, a teoria da relatividade geral de Einstein.

Uma equipa de astrónomos alemães e checos aplicou novas técnicas de análise a observações já existentes das estrelas que orbitam o buraco negro, obtidas com o VLT do ESO no Chile e outros telescópios durante os últimos 20 anos. A equipa comparou as medições das órbitas das estrelas com previsões feitas, tanto com a teoria da gravidade clássica de Newton como com a teoria da relatividade geral de Einstein.

Esta imagem artística mostra as órbitas de 3 das estrelas que se encontram muito próximo do buraco negro supermassivo situado no centro da Via Láctea. A análise de dados obtidos com o VLT do ESO e outros telescópios sugere que as órbitas destas estrelas mostram os efeitos subtis previstos pela teoria da relatividade geral de Einstein. A órbita da estrela S2 parece desviar-se ligeiramente do percurso calculado pela física clássica.
A posição do buraco negro está assinalada com um círculo branco num halo azul.
Crédito: ESO/M. Parsa/L. Calçada
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Os investigadores encontraram indicações de um pequeno desvio no movimento de uma das estrelas, chamada S2, consistente com as previsões da relatividade geral (S2 é uma estrela com 15 massas solares que se encontra numa órbita elíptica em torno do buraco negro supermassivo. Tem um período orbital de cerca de 15,6 anos e chega a aproximar-se do buraco negro 17 horas-luz — ou seja, cerca de 120 vezes a distância média entre a Terra e o Sol). O desvio devido a efeitos relativistas é de apenas alguns pontos percentuais na forma da órbita e de cerca de 1/6 de grau na orientação da órbita. Se se confirmar, esta terá sido a primeira vez que se conseguiu fazer uma medição da intensidade dos efeitos da relatividade geral em estrelas que orbitam um buraco negro supermassivo.

Marzieh Parsa, estudante de doutoramento da Universidade de Colónia, na Alemanha, e autora principal do artigo científico que descreve estes resultados, está muito satisfeita: "O Centro Galáctico é de facto o melhor laboratório para estudar o movimento de estrelas num ambiente relativista. Estou espantada como conseguimos aplicar tão bem os métodos que desenvolvemos com estrelas simuladas a dados de elevada precisão das estrelas mais interiores de alta velocidade, que se situam perto do buraco negro supermassivo."

Esta imagem artística mostra parte da órbita de uma das estrelas situadas muito próximo do buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea. A análise de dados obtidos com o VLT do ESO e outros telescópios sugere que as órbitas destas estrelas mostram os efeitos subtis previstos pela teoria da relatividade geral de Einstein. A órbita desta estrela, a S2, parece desviar-se ligeiramente do percurso calculado pela física clássica.
Esta imagem de grande plano da órbita da estrela S2 mostra como o percurso da estrela é ligeiramente diferente na segunda passagem, 15 anos depois, devido ao efeito da relatividade geral.
Crédito: ESO/M. Parsa/L. Calçada
(clique na imagem para ver versão maior)
 

A elevada precisão das medições de posição, possível graças aos instrumentos de ótica adaptativa do VLT a operar no infravermelho próximo, foi essencial para o sucesso deste estudo, tendo sido vital não apenas durante a aproximação da estrela ao buraco negro, mas particularmente durante o período de tempo em que S2 se encontrava mais afastada do buraco negro. Estes últimos dados permitiram determinar exatamente a forma da órbita.

"Durante a nossa análise compreendemos que para determinar os efeitos relativistas para a S2, é necessário conhecer a sua órbita completa com uma precisão muito elevada", disse Andreas Eckart, líder da equipa da Universidade de Colónia.

Para além de informação mais precisa sobre a órbita de S2, a nova análise dá-nos também a massa do buraco negro e a sua distância à Terra com um elevado grau de precisão: a equipa determinou uma massa de 4,2 milhões de vezes a massa do Sol para o buraco negro e uma distância de 8,2 kpc, o que corresponde a quase 27.000 anos-luz.

As regiões centrais da nossa Galáxia, a Via Láctea, observadas pelo instrumento NACO, que opera no infravermelho próximo e está montado no VLT do ESO. A posição do centro, que contém o buraco negro (invisível) conhecido por Sgr A*, com uma massa de 4 milhões de vezes a massa do Sol, está assinalada com uma cruz laranja.
A estrela S2 fará uma aproximação ao buraco negro em 2018 e nessa altura será usada como uma sonda única da forte gravidade para testar a teoria da relatividade geral de Einstein.
Créditos: ESO/MPE/S. Gillessen et al.
(clique na imagem para ver versão maior)
 

O coautor Vladimir Karas da Academia de Ciências de Praga, na República Checa, está entusiasmado com o que o futuro trará: "Este trabalho abre caminho para mais teorias e experiências nesta área da ciência."

Esta análise é precursora de um interessante período de observações do Centro Galáctico que será realizado por astrónomos em todo o mundo. Durante 2018 a estrela S2 irá aproximar-se bastante do buraco negro supermassivo. Nessa altura o instrumento GRAVITY, desenvolvido por um grande consórcio internacional liderado pelo Max-Planck-Institut für extraterrestrische Physik em Garching, na Alemanha, e instalado no Interferómetro do VLT, estará disponível para ajudar a medir órbitas com muito mais precisão do que o atualmente possível. Nessa altura espera-se que o GRAVITY, que se encontra já a fazer medições de alta precisão do Centro Galáctico, revele não só os efeitos da relatividade geral muito claramente, mas também permita aos astrónomos procurar desvios à relatividade geral que possam revelar uma nova física.

Links:

Notícias relacionadas:
ESO (comunicado de imprensa)
The Astrophysical Journal
Science
Universe Today
Astronomy Now
PHYSORG
Scientific American
Wired
Gizmodo
ZAP.aeiou

S2:
Wikipedia

Sagitário A*:
Wikipedia

Buraco negro supermassivo:
Wikipedia

Via Láctea:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia
SEDS

Teoria Geral da Relatividade:
Wikipedia

VLT:
Página oficial
Wikipedia

ESO:
Página oficial
Wikipedia

 
TAMBÉM EM DESTAQUE
  Censo celeste indica que buracos negros permeiam o Universo (via Universidade da Califórnia em Irvine)
Após realizarem um "inventário cósmico" para calcular e categorizar buracos negros estelares, astrónomos concluíram que existem, provavelmente, dezenas de milhões destes objetos escuros e enigmáticos espalhados pela Via Láctea - mais do que o esperado. Ler fonte
 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Vista Detalhada da Coroa Solar Durante um Eclipse
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Miloslav Druckmüller (Universidade de Tecnologia de Brno), Martin Dietzel, Peter Aniol, Vojtech Rušin
 
Somente na escuridão fugaz de um eclipse solar total é a luz da coroa solar facilmente visível. Normalmente ofuscada pelo brilhante disco solar, a expansiva coroa, a atmosfera exterior do Sol, é uma visão fascinante. Mas os detalhes subtis e as gamas extremas no brilho da coroa, apesar de discerníveis ao olho humano, são notoriamente difíceis de fotografar. No entanto, aqui retratada, usando múltiplas exposições e processamento digital, está uma imagem detalhada da coroa do Sol obtida durante o eclipse solar de agosto de 2008 a partir da Mongólia. Claramente visíveis, camadas intricadas e cáusticas brilhantes de uma mistura, em constante mudança, de gás quente e campos magnéticos. As proeminências brilhantes, em forma de "loop", aparecem cor-de-rosa apenas acima do limbo do Sol. Uma coroa solar semelhante poderá ser visível através de céus limpos a partir de uma estreita faixa que atravessa os Estados Unidos da América durante o eclipse solar total que terá lugar no dia 21 de agosto.
 

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