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Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
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ASTROBOLETIM N.º 522
De 10/04 a 12/04/2009
 
 
 

Dia 10/04: 100.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1981, primeira tentativa de lançamento da missão STS-1 (a primeira missão de um vaivém espacial).

Este falhou no último momento quando os computadores «crasharam». Os astronautas Crippen e Young finalmente levantaram voo a 12 de Abril. À volta de 100 milhões de pessoas viram este evento.
Observações: Quando a Primavera começou, a Ursa Maior situava-se bem alta a Nordeste, balançando na ponta da sua "pega" após o anoitecer. Agora que é Abril, a Ursa Maior inclina-se para a esquerda. As suas duas estrelas mais altas, que formam a frente da frigideira, apontam para baixo e para a esquerda para a razoavelmente ténue estrela Polar.

Dia 11/04: 101.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1862 nascia William Wallace Campbell, observador pioneiro dos movimentos estelares e das suas velocidades radiais.

Director do Observatório Lick entre 1901 e 1930, também foi presidente da Universidade da Califórnia e da Academia Nacional de Ciências.
Em 1905, Albert Einstein revela a sua Teoria da Relatividade (relatividade especial).
Em 1960, era iniciada a primeira pesquisa no rádio em busca de civilizações extraterrestres, por Frank Drake (Projecto Ozma).
Em 1970, lançamento da Apollo 13.
Em 1986, a 65 milhões de quilómetros, o Cometa Halley faz a sua maior aproximação da Terra durante esta viagem, a 30ª vez que visita a nossa vizinhança planetária.
Em 2002 morre Yuji Hyakutake, astrónomo amador japonês que em 1996 descobriu o "Cometa Hyakutake", com 51 anos. Descobriu este cometa com um par de binóculos na cidade de Hayato em Kagoshima.
Observações: Por volta das 22 horas, a brilhante estrela Arcturo brilha à mesma altura a Este que Capella a Noroeste. A hora deste acto depende da sua localização, especialmente quão para Este ou Oeste se encontra no seu fuso horário. Com quanto detalhe consegue determinar este facto?

Dia 12/04: 102.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1849, de Gasparis descobre o asteróide Hygiea.
Em 1961, o cosmonauta Yuri Alekseyevich Gagarin torna-se no primeiro homem no espaço.

Orbita a Terra apenas uma vez a bordo da nave Vostok 1. O voo dura 1 hora e 48 minutos, num percurso elíptico com um apogeu de 327 km e um perigeu de 180 km.
Em 1981, começa a era do Vaivém espacial. Lançamento da missão STS-1 do vaivém Columbia, adiado desde 10 de Abril. O comandante John Young e o piloto Robert Crippen orbitam a Terra 37 vezes durante dois dias antes de regressarem. Os objectivos principais do voo inaugural eram testar os sistemas principais, completar uma ascensão até órbita com sucesso, e regressar à Terra em segurança.
Observações: Ao anoitecer, aponte os seus binóculos ou o telescópio para a Lua. Ela eclipsa grande parte das estrelas do famoso enxame do Presépio, ou M44, em Caranguejo.

 
 
 
Sabia que muito do fumo visto durante a descolagem do vaivém espacial, especialmente o fumo branco nos dois lados da imagem, é na realidade vapor de água? A base de lançamento, por baixo do vaivém, contém um enorme reservatório de água, utilizada para diminuir grande parte das vibrações provocadas pela descolagem. Ao entrar em contacto com os jactos dos motores a alta temperatura, torna-se em vapor de água.
 
 
 
AIA 2009
 
 
  TELESCÓPIO KEPLER ABRE O SEU OLHO  
 

Começou a caça. O telescópio Kepler abriu-se esta semana para o Universo e está a preparar-se para pesquisar planetas do tamanho da Terra em torno de estrelas distantes. Esta fase crítica decorreu sem qualquer tipo de problemas.

Na Quarta de madrugada, o Kepler expeliu a sua tampa. Bem, na realidade foi bem mais calmo que isso; a cobertura foi libertada numa manobra cuidadosamente desenhada.

Às 03:13:36 de Quarta-feira, os engenheiros do centro de operações da missão Kepler, no LASP (Laboratory for Atmospheric and Space Physics) em Boulder, Colorado, EUA, enviaram comandos para passar corrente eléctrica através de um fio, quebrando-o e libertando o trinco que mantinha a tampa agarrada ao telescópio. A mesma abriu-se e afastou-se do telescópio.

Imagem retirada do vídeo que mostra a libertação da tampa do telescópio Kepler.
Crédito: NASA/Ames/JPL-Caltech
 

A cobertura oval do telescópio, contra a poeira, mede 1,7 por 1,3 metros, e protegeu o fotómetro da contaminação antes e depois do lançamento. A cobertura também bloqueou a entrada de luz no telescópio durante o lançamento - luz esta que poderia ter danificado os seus sensíveis detectores. Em adição, a tampa era importante para a calibração do fotómetro. Imagens tiradas no escuro ajudaram a caracterizar o ruído dos componentes electrónicos do instrumento, e este ruído será mais tarde retirado dos dados científicos (passo conhecido para os astrónomos como "Dark Field").

"A tampa foi libertada e afastou-se exactamente como era suposto acontecer," disse o gestor do projecto Kepler, James Fanson do JPL da NASA em Pasadena, Califórnia. "Este era um passo crítico na direcção da resposta à pergunta que existe há já 100 gerações da história humana - existem outros planetas como a Terra, ou estamos sozinhos na Galáxia?"

"Agora o fotómetro pode ver as estrelas e em breve começará a sua tarefa de detectar planetas," disse o principal investigador científico do Kepler, William Borucki do Centro de Pesquisa Ames da NASA, em Moffett Field, Califórnia. "Medimos até à exaustão o ruído de fundo para que o nosso fotómetro possa detectar minúsculas mudanças no brilho de uma estrela provocado por planetas."

Impressão de artista do Telescópio Espacial Kepler no espaço.
Crédito: NASA
(clique na imagem para ver versão maior)
 

O vice-investigador principal, Dr. David Koch, observou a libertação da tampa a partir do Centro de Pesquisa Ames da NASA, celebrando com a equipa no Centro de Operações Científicas do Kepler.

"Além do lançamento, este era o evento mais crítico do telescópio Kepler, e tudo correu como esperado," afirma. "O satélite estabilizou após a ejecção, e os buscadores estelares portaram-se muito bem. Já obtivémos as primeiras imagens, e esperamos estudá-las brevemente. Foi um evento verdadeiramente excitante."

Sem a tampa, a luz estelar já pode entrar no fotómetro e imagens podem já ser obtidas. Os engenheiros irão continuar a calibrar o instrumento usando imagens de estrelas durante as próximas semanas, após as quais as observações científicas começarão.

O mês que se seguiu ao lançamento foi utilizado pelos engenheiros para testar os sistemas a bordo, para se certificarem que o telescópio estava a funcionar correctamente. A libertação da tampa marca o começo das observações científicas, o começo da pequisa por planetas tipo-Terra em torno de estrelas distantes. Estamos nas vésperas da descoberta, aguardando-a com antecipação.

Links:

Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve:
20 de Fevereiro de 2008 - Muitas, talvez a maioria das estrelas tipo-Sol podem formar planetas
25 de Junho de 2008 - Astrónomos à beira de descobrir gémeo da Terra
4 de Fevereiro de 2009 - COROT descobre o planeta extrasolar mais pequeno até agora
6 de Fevereiro de 2009 - Telescópio Kepler irá pesquisar "Terras" extrasolares
18 de Fevereiro de 2009 - Via Láctea poderá ter milhares de milhões de "Terras"
6 de Março de 2009 -Telescópio Kepler é lançado hoje
9 de Março de 2009 - Missão Kepler parte em busca de novos mundos

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Universe Today
Space Daily
SPACE.com
PHYSORG.com
Scientific American
UPI

Telescópio Espacial Kepler:
NASA (página oficial)
Vídeo acerca da missão Kepler (via SPACE.com)
Animação computorizada da libertação da tampa (formato Quicktime)
Mapa das zonas de estudo do Kepler (formato PDF)
Wikipedia

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Wikipedia (lista)
Wikipedia (lista de extremos)
Catálogo de planetas extrasolares vizinhos (PDF)
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares
Exosolar.net
Extrasolar Visions

 
     
 
 
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  Estranha e Poeirenta Galáxia NGC 7049 - Crédito: NASA, ESA e W. Harris (Universidade McMaster)  
  Foto  
  (clique na imagem para ver versão maior)  
     
 

Como é que esta galáxia fora do comum foi criada? Ninguém sabe com certeza, especialmente dado que a galáxia espiral NGC 7049 parece tão estranha. A esplêndida aparência de NGC 7049 é devida principalmente a um proeminente anel de poeira visto aqui em silhueta. O anel opaco é muito mais escuro que as milhões de estrelas brilhantes por trás. Além da poeira escura, NGC 7049 é parecida com uma galáxia elíptica e lisa, embora surpreendentemente tenha poucos enxames globulares. Esta imagem de NGC 7049 foi obtida pelo Telescópio Espacial Hubble. A brilhante estrela perto do topo de NGC 7049 é uma estrela do pano da frente da nossa Galáxia. Não visível aqui, mas também existe um anel polar e central, que circula fora do plano perto do centro da galáxia. NGC 7049 é a galáxia mais brilhante do seu enxame galáctico, e a sua formação pode ter sido ajudada por várias e até recentes colisões galácticas. NGC 7049 mede aproximadamente 150 anos-luz e situa-se a cerca de 100 milhões de anos-luz na direcção da constelação do Índio.

 


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