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Edição n.º 914
07/12 a 10/12/2012
 
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EFEMÉRIDES

Dia 07/12: 342.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1905, nascimento de Gerard Kuiper, cientista planetário americano nascido na Holanda que descobriu luas de Urano e Neptuno, a atmosfera de Titã e estudou as origens dos cometas no Sistema Solar

Em 1972 era lançada a Apollo 17, a última das missões do programa Apollo. Foi também a última vez que um ser humano aterrou na Lua. A missão durou 301 horas, 51 minutos e 59 segundos, e recolheu a maior quantidade de amostras lunares. O comandante da Apollo 17 era Eugene A. CernanRonald E. Evans era o piloto do módulo de controlo e Harrison H. Schmitt era o piloto do módulo lunar. Schmitt foi também o único geólogo profissional a ir à Lua
Em 1995, a sonda Galileu desce com sucesso pela atmosfera de Júpiter e mede directamente a atmosfera de um planeta gasoso pela primeira vez.
Observações: Esta é a altura do ano em que a Galáxia de Andrómeda (M31) passa o zénite ao começo da noite para observadores a latitudes médias norte. À latitude de Faro, M31 passa no máximo a 85,4º às 20:03.

Dia 08/12: 343.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1990, a sonda Galileu aproxima-se do planeta Terra no seu caminho de Vénus até Júpiter. Torna-se na primeira sonda interplanetária a visitar a Terra.
Em 2010, com o segundo lançamento do Falcon 9 e o primeiro lançamento do Dragon, a SpaceX torna-se na primeira empresa privada a lançar, orbitar e recolher com sucesso uma nave espacial. No mesmo dia, a nave japonesa a energia solar, IKAROS, passa o planeta Vénus a cerca de 80.800 km de distância.

Observações: A partir das 05:10, Io desaparece em frente de Júpiter, e a sombra torna-se visível cinco minutos depois. O evento termina já depois do céu começar a clarear.
Esta é a altura do ano em que a Cassiopeia, agora com a forma de um M achatado, está na sua posição mais alta a Norte ao princípio da noite.
A partir das 19 horas, Europa sai de trás da sombra de Júpiter.

Dia 09/12: 344.º dia do calendário gregoriano.
História: En 1965, queda de um satélite russo em Kecksburg, perto de Pittsburgh, EUA.
Observações: A partir das 02:25, é possível observar telescopicamente Io ficar escondido por trás de Júpiter. Torna a reaparecer no lado oposto do planeta e move-se para lá da sombra pelas 04:45.
Vesta em oposição, pelas 08:00
A partir das 18:40, Ganimedes surge por trás da sombra de Júpiter.
A partir das 23:35, Io desaparece em frente de Júpiter e cerca de 10 minutos depois torna-se possível observar telescopicamente a sua sombra pela atmosfera do planeta. O satélite reaparece no lado oposto pelas 01:45 (dia 10) e a passagem da sombra termina cerca de 10 minutos depois.

Dia 10/12: 345.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1684, a derivação das leis de Kepler por Isaac Newton, que formam a sua teoria da gravidade, no artigo De motu corporum in gyrum, é lido à Sociedade Real por Edmund Halley.
Em 1901 foram atribuídos pela primeira vez os prémios Nobel.

Röntgen receberia o da Física pela descoberta dos raios-X.
Observações: Por volta das das 20 horas, já a brilhante Capella está alta a Nordeste. Para a sua direita está o enxame das Plêiades, com a brilhante e bonita Aldebarã para baixo.
A partir das 20:50, Io desaparece por trás de Júpiter. Reapareceno lado oposto e move-se para lá da sombra do planeta a partir das 23:15.

 
CURIOSIDADES


A NASA anunciou recentemente a extensão da missão do rover Curiosity por tempo indefinido, ou seja, até que não seja cientificamente viável. Estas extensões por tempo indefinido também foram aplicadas à sonda Mars Reconnaissance Orbiter, ao rover Opportunity e à sonda Mars Odyssey. A agência espacial também delineou planos para a continuação do programa marciano, com um novo rover tipo-Curiosity a ser lançado em 2020, e que irá ajudar a pavimentar o caminho de uma missão de recolha e envio de amostras de Marte para a Terra e subsequentemente a possibilidade de uma viagem tripulada na década seguinte. Com o tempo de vida esperado do Curiosity, é possível que quando o novo rover da NASA aterrar em Marte em 2021, o Curiosity ainda estar de boa saúde e a percorrer a superfície de Marte.

 
MISSÃO GRAIL CRIA MAPA MAIS DETALHADO DA GRAVIDADE DA LUA

Sondas gémeas da NASA em órbita da Lua criaram o mapa de mais alta resolução do campo gravítico de qualquer corpo celeste.

O novo mapa, criado pela missão GRAIL (Gravity Recovery and Interior Laboratory), permite aos cientistas aprender mais sobre a estrutura interna e composição da Lua em detalhes sem precedentes. Os dados das duas sondas com o tamanho de uma máquina lava-louça também irão fornecer uma melhor compreensão de como a Terra e outros planetas rochosos se formaram e evoluíram.

O mapa do campo gravítico revela uma abundância de características nunca antes vistas com tantos detalhes, como estruturas tectónicas, formações vulcânicas, bacias de anéis, picos centrais de crateras e várias crateras simples com a forma de taça. Os dados também mostram que o campo gravitacional é diferente de qualquer outro planeta terrestre no nosso Sistema Solar.

Esta imagem ilustra a porosidade da crosta das terras-altas lunares, derivada usando dados da densidade obtidos pela missão GRAIL e medições de amostras das missões Apollo, bem como dados obtidos remotamente.
Crédito: SA/JPL-Caltech/IPGP
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Estes são os primeiros resultados científicos da fase principal da missão, e foram publicados em três artigos na revista Science.

"O que este mapa nos diz é que mais do que qualquer outro corpo celeste que conhecemos, a Lua usa o seu campo gravítico na sua manga," afirma Maria Zuber, investigadora principal da GRAIL, do Instituto de Tecnologia do Massachusetts em Cambridge, EUA. "Quando vemos uma mudança notável no campo gravitacional, podemos sincronizar esta mudança com as características topográficas à superfície, como crateras ou montanhas."

De acordo com Zuber, o campo gravítico da Lua preserva o registo do bombardeamento que caracteriza todos os corpos planetários terrestres e revela evidências de fractura no interior estendendo-se até à crosta profunda e possivelmente até ao manto. Este registo de impactos está preservado, e foi agora medido com precisão na Lua.

As sondas revelaram que a densidade da crosta da Lua nas terras altas é substancialmente mais baixa do que se pensava. Esta baixa densidade crustal encaixa com os dados obtidos durante as últimas missões Apollo no início da década de 1970, indicando que as amostras locais trazidas pelos astronautas são indicativas de processos globais.

Este mapa mostra o campo gravítico da Lua, medido pela missão GRAIL.
Crédito: NASA/ARC/MIT
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"Com a nossa nova determinação da densidade crustal, achamos que a espessura média da crosta lunar está entre os 34 e 43 km, 10 a 20 km mais fina do que pensávamos," afirma Mark Wieczorek, co-investigador da missão GRAIL do Instituto de Física do Globo em Paris, França. "Com esta espessura crustal, a composição geral da Lua é similar à da Terra. Isto suporta modelos onde a Lua é derivada de materiais da Terra que foram expelidos durante um evento de grande impacto no início da história do Sistema Solar."

O mapa foi criado pela transmissão de sinais de rádio para definir precisamente a distância entre as sondas à medida que orbitam a Lua em formação. Como voam por cima de áreas de maior e menor gravidade consoante as características visíveis, como montanhas e crateras, e massas ocultas sob a superfície lunar, a distância entre as duas sondas muda um pouco.

"Nós usámos gradientes do campo gravítico para destacar estruturas menores e mais estreitas do que poderiam ser vistas em dados anteriores," afirma Jeff Andrews-Hanna, cientista convidado da GRAIL da Escola de Minas do Colorado em Golden, EUA. "Estes dados revelaram uma população de anomalias gravíticas lineares, com comprimentos de centenas de quilómetros, cruzando a superfície. Estas anomalias gravitacionais lineares indicam a presença de diques, ou corpos finos, longos e verticais de magma solidificado no subsolo. Os diques estão entre as características mais antigas da Lua, e a sua compreensão pode dizer-nos mais sobre a sua história inicial."

Embora o lançamento dos resultados da missão científica primária esteja apenas no começo, a colecção científica da missão gravitacional pelas gémeas lunares continua. A extensão da fase científica da missão começou a 30 de Agosto e terminará a 17 de Dezembro. À medida que se aproxima o fim da missão, as sondas irão operar a altitudes cada vez menores acima da Lua.

Lançadas em Setembro de 2011, as sondas foram chamadas GRAIL A e B. Foram renomeadas Ebb e Flow em Janeiro por alunos num concurso escolar. Ebb e Flow foram colocadas numa órbita quase-polar, quase-circular, a uma altitude de 55 km a 31 de Dezembro de 2011 e a 1 de Janeiro de 2012, respectivamente.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Universe Today
SPACE.com
PHYSORG
Astronomy
redOrbit
Wired
Nature
UPI.com
ars technica
Reuters
ScienceNews
BBC News

Lua:
Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve 
Wikipedia

GRAIL:
NASA
Wikipedia

 
ECOS GALÁCTICOS DO PASSADO

Uma nova classe de galáxias foi identificada com o auxílio do VLT (Very Large Telescope) do ESO, do telescópio Gemini Sul e do telescópio Canadá-França-Hawaii (CFHT). Apelidadas "galáxias feijão-verde" devido à sua aparência invulgar, estas galáxias brilham sob a intensa radiação emitida pelo material que circunda os enormes buracos negros centrais e encontram-se entre os objectos mais raros do Universo.

Muitas galáxias têm um buraco negro gigante no seu centro, que faz com que o gás à sua volta brilhe. No caso das galáxias feijão-verde toda a galáxia brilha e não apenas o centro. Estas novas observações revelam as regiões maiores e mais brilhantes alguma vez encontradas, que se pensa serem alimentadas por buracos negros centrais, muito activos no passado mas que estão agora a desvanecer.

O astrónomo Mischa Schirmer do Observatório Gemini observou muitas imagens do Universo distante à procura de enxames de galáxias, mas quando viu um objecto numa imagem do telescópio Canadá-França-Hawaii, ficou espantado - o objecto parecia uma galáxia mas era verde brilhante. Não era como nenhuma galáxia que ele já tivesse visto antes, algo totalmente inesperado. Schirmer resolveu então pedir tempo de telescópio no VLT do ESO para descobrir o que estaria a causar o invulgar brilho verde.

Imagem obtida com o Telescópio Canadá-França-Hawaii que mostra a zona do céu em torno de um invulgar objecto chamado J224024.1-092748 ou J2240.
Crédito: CFHT/ESO/M. Schirmer
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"O ESO concedeu-me muito rapidamente tempo de observação e apenas alguns dias depois de ter submetido a minha proposta, este estranho objecto foi observado pelo VLT," diz Schirmer. "Dez minutos depois dos dados terem sido adquiridos no Chile, estavam já no meu computador na Alemanha. Rapidamente defini as minhas prioridades de trabalho de investigação, quando se tornou evidente que tinha encontrado algo realmente novo."

O novo objecto tem o nome J224024.1-092748 ou J2240, situa-se na constelação de Aquário e a sua luz levou cerca de 3,7 mil milhões de anos a chegar até nós.

Depois da descoberta, a equipa de Schirmer procurou no seio de uma lista de quase mil milhões de galáxias e encontrou mais 16 galáxias com propriedades semelhantes, que foram posteriormente confirmadas por observações feitas com o telescópio Gemini Sul. Estas galáxias são tão raras que existe, em média, apenas uma em cada cubo de 1,3 mil milhões de anos-luz de lado. Este novo tipo de galáxias foi apelidado galáxias feijão-verde, devido à sua cor e porque superficialmente são parecidas às galáxias ervilha, embora sejam maiores.

Em muitas galáxias o material que rodeia o buraco negro central de elevada massa emite radiação intensa, ionizando o gás circundante que brilha fortemente. Estas regiões brilhantes em galáxias activas típicas são geralmente pequenas, não ultrapassando os cerca de 10% do diâmetro da galáxia. No entanto, as observações da equipa mostraram que, no caso de J2240 e das outras galáxias feijão-verde descobertas posteriormente, esta região é verdadeiramente enorme, comportando toda a galáxia. J2240 apresenta uma das maiores e mais brilhantes regiões deste tipo encontradas até agora. O oxigénio ionizado brilha intensamente a verde, o que explica a estranha cor que originalmente chamou a atenção de Schirmer.

"Estas regiões brilhantes são fantásticas para tentar perceber a física das galáxias - é como enfiar um termómetro médico numa galáxia muito, muito distante," diz Schirmer. "Normalmente, estas regiões não são nem muito grandes nem muito brilhantes, e por isso só se conseguem observar bem em galáxias próximas. No entanto, nestas galáxias recentemente descobertas, as regiões são tão grandes e brilhantes que podem ser observadas com todo o pormenor, apesar das enormes distâncias envolvidas."

A análise subsequente dos dados revelou outro mistério. J2240 parece ter um buraco negro central muito menos activo do que o esperado pelo tamanho e brilho da região brilhante. A equipa pensa que as regiões brilhantes devem ser um eco de quando o buraco negro estava muito mais activo no passado e que irão gradualmente diminuindo de brilho à medida que os restos de radiação passam através delas e se perdem no espaço.

Estas galáxias assinalam a presença de um centro galáctico a desvanecer-se, marcando uma fase transitória na vida de uma galáxia. No Universo primordial as galáxias eram muito mais activas, com buracos negros em crescimento nos seus centros, que engoliam as estrelas e o gás circundante e brilhavam intensamente, produzindo facilmente até 100 vezes mais luz do que todas as estrelas da galáxia juntas. Ecos de luz como o observado em J2240 permitem aos astrónomos estudar os processos de cancelamento destes objectos activos, de modo a compreender o como, quando e porquê da sua paragem - e porque é que agora vemos tão poucos deles nas galáxias mais jovens. Isto é o que a equipa pretende estudar a seguir, continuando este trabalho com observações nos raios-X e também observações espectroscópicas.

"Descobrir algo genuinamente novo é o sonho de qualquer astrónomo tornado realidade, um acontecimento único na vida," conclui Schirmer. "É verdadeiramente inspirador!"

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Notícias relacionadas:
ESO (comunicado de imprensa)
Artigo científico (formato PDF)
PHYSORG
Astronomy
SPACE.com
redOrbit
AstroPT

VLT:
ESO
Wikipedia

ESO:
Página oficial
Wikipedia

 
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ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - 47 Tuc Perto da Pequena Nuvem de Magalhães
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Ivan Eder
 
O enxame globular Tucano 47 é uma jóia do céu do Hemisfério Sul. Também conhecido como NGC 104, vagueia o halo da nossa Via Láctea em conjunto com cerca de 200 outros enxames globulares. O segundo enxame globular mais brilhante do céu da Terra (depois de Omega Centauri) está situado a cerca de 13.000 anos-luz de distância e pode ser avistado a olho nu perto da Pequena Nuvem de Magalhães (PNM) na constelação do Tucano. Claro, a PNM está a aproximadamente 210.000 anos-luz de distância, é uma galáxia-satélite da Via Láctea e não está fisicamente perto de 47 Tuc. As estrelas dos limites da PNM podem ser vistas no canto superior esquerdo da imagem. Para baixo e para a direita, com o mesmo diâmetro aparente da Lua Cheia, o denso enxame 47 Tuc é composto por vários milhões de estrelas num volume com aproximadamente 120 anos-luz de diâmetro. Longe do brilhante núcleo do enxame, as gigantes vermelhas de 47 Tuc são fáceis de avistar com o seu tom amarelado. O enxame globular 47 Tuc é também o lar de vários e exóticos sistemas binários em raios-X.
 

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