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LOCAL DA COLISÃO DO SCHIAPARELLI A CORES
8 de novembro de 2016

 


Composição do módulo Schiaparelli da missão ExoMars, visto pela HiRISE da MRO no dia 1 de novembro de 2016. Tanto o local de impacto (topo) como a região do para-quedas e escudo térmico traseiro (em baixo à esquerda) foram fotografados com três filtros diferentes, permitindo a construção de imagens a cores. O escudo térmico frontal (em baixo à direita) está para lá da zona colorida central.
As cores foram modificadas de acordo com a região específica a fim de revelar o contrate das características contra o pano de fundo marciano.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona
(clique na imagem para ver versão maior)

 

Novas imagens de alta resolução obtidas pela sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter) da NASA mostram partes do módulo ExoMars Schiaparelli e o seu local da aterragem a cores no Planeta Vermelho.

Schiaparelli chegou à região de Meridiani Planum em Marte a 19 de outubro, enquanto a sua nave-mãe começou a orbitar o planeta. O TGO (Trace Gas Orbiter) fará as suas primeiras observações científicas durante dois dos seus circuitos altamente elípticos em torno de Marte - correspondendo a oito dias - a partir de 20 de novembro, incluindo as suas primeiras imagens do planeta desde a sua chegada.

A nova imagem do Schiaparelli e dos seus componentes foi tirada pela MRO a 1 de novembro. O local de impacto principal é agora capturado na porção central da faixa que é fotografada pela câmara de alta resolução através de três filtros, permitindo que uma imagem colorida seja construída.

Além disso, a imagem de 1 de novembro foi tirada olhando ligeiramente para o oeste, enquanto a imagem anterior estava a olhar para o leste, proporcionando uma geometria de visualização contrastante.

Na verdade, o mais recente conjunto de imagens lança nova luz sobre alguns dos detalhes que só poderiam ser especulados a partir da primeira observação de há duas semanas atrás.

Por exemplo, uma série de manchas brancas brilhantes em torno da região escura, interpretadas como o local de impacto, são confirmadas como objetos reais - não são suscetíveis de ser "ruído" na imagem - e, portanto, são provavelmente fragmentos do Schiaparelli.

Curiosamente, uma característica brilhante pode ser vislumbrada apenas no lugar onde a cratera escura foi identificada na imagem a preto e branco. Isso pode estar associado com o módulo, mas as imagens até agora não são conclusivas.

Um fragmento indistinto brilhante revelado na imagem colorida, ao lado das faixas escuras a oeste da cratera, poderia ser material de superfície perturbado no impacto ou de uma explosão subsequente ou descompressão explosiva dos tanques de combustível do módulo, por exemplo.

A cerca de 0,9 km para sul, o para-quedas e escudo térmico traseiro também foram agora retratados a cores. No tempo que decorreu desde a última imagem tirada a 25 de outubro, o esboço do para-quedas mudou. A explicação mais lógica é que tenha sido deslocado pelo vento, neste caso ligeiramente para oeste. Este fenómeno também foi observado pela MRO em imagens do para-quedas usado pelo rover Curiosity da NASA.

Uma reconstrução estéreo desta imagem poderá também ajudar, no futuro, a confirmar a orientação do escudo térmico traseiro. O padrão de manchas brilhantes e escuras sugerem que se encontra posicionado de tal forma que vemos a parte externa do escudo térmico e a assinatura da maneira em que a camada externa de isolamento se queimou nalgumas partes e noutras não - como esperado.

Finalmente, o escudo térmico frontal foi fotografado novamente a preto e branco – a sua localização fica fora da região a cores visualizada pela MRO - e não apresenta alterações. Devido à geometria de visualização diferente entre os dois conjuntos de imagens, isto confirma que os pontos brilhantes não são reflexos especulares e, portanto, devem estar relacionados com o brilho intrínseco do objeto. Ou seja, correspondem, provavelmente, às multicamadas brilhantes do isolamento térmico que cobrem o interior do escudo térmico frontal, como sugerido há duas semanas.

Estão planeadas imagens adicionais e será interessante ver se se notarão outras mudanças.

As imagens poderão fornecer mais peças do quebra-cabeças sobre o que aconteceu com Schiaparelli à medida que se aproximou da superfície marciana.

Após a sua entrada bem-sucedida na atmosfera e subsequente desaceleração devida ao escudo térmico e para-quedas, prossegue a investigação interna sobre a causa dos problemas encontrados por Schiaparelli nas últimas etapas da sua descida de seis minutos. Foi iniciada uma comissão de inquérito independente.

 


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Comparação entre a imagem de 25 de outubro com a captada a 1 de novembro. Na semana que passou, a forma do para-quedas do Schiaparelli à superfície marciana aparentemente mudou, o que é interpretado como movimento devido ao vento local.
O para-quedas tem um diâmetro máximo de 12 m, e está ligado ao escudo térmico traseiro, que mede cerca de 2,4 m de diâmetro.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona
(clique na imagem para ver versão maior)


Links:

Cobertura da missão ExoMars 2016 pelo Núcleo de Astronomia do CCVAlg:
01/11/2016 - Imagens detalhadas do Schiaparelli e da sua maquinaria de descida em Marte
25/10/2016 - MRO observa local de atereragem do Schiaparelli
21/10/2016 - ExoMars 2016 - TGO em órbita de Marte; destino do Schiaparelli ainda por apurar
18/10/2016 - ExoMars preparada para o Planeta Vermelho
14/10/2016 - O que esperar da câmara do módulo Schiaparelli
07/10/2016 - Os perigos de aterrar em Marte
15/03/2016 - Missão ExoMars parte para Marte
08/03/2016 - Sonda ExoMars com lançamento previsto

Notícias relacionadas:
ESA (comunicado de imprensa)
NASA (comunicado de imprensa)
Astronomy
SPACE.com
PHYSORG
ars technica
engadget

ExoMars TGO:
ESA
Wikipedia

"Lander" Schiaparelli:
ESA
Wikipedia

ExoMars 2020:
ESA
Wikipedia

MRO:
NASA 
JPL 
Wikipedia

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

 
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