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INVESTIGADORES DESCOBREM QUE ATIVIDADE VULCÂNICA DE MERCÚRIO PAROU HÁ 3,5 MIL MILHÕES DE ANOS
9 de agosto de 2016

 


Imagem de Mercúrio a cores melhoradas. O depósito brilhante e circular acima do centro da imagem é um enorme depósito vulcânico efusivo, situado dentro da maior cratera de impacto do planeta, a bacia Caloris.
Crédito: NASA/JHUAPL/CIW
(clique na imagem para ver versão maior)

 

Uma nova pesquisa da Universidade Estatal da Carolina do Norte, EUA, descobriu que a maior parte da atividade vulcânica no planeta Mercúrio muito provavelmente terminou há 3,5 mil milhões de anos atrás. Estas descobertas fornecem mais informações sobre a evolução geológica de Mercúrio em particular, e sobre o que acontece quando os planetas rochosos arrefecem e contraem.

Existem dois tipos de atividade vulcânica: efusiva e explosiva. O vulcanismo explosivo é muitas vezes um evento violento que resulta em grandes erupções de cinzas e detritos, como por exemplo o Monte Santa Helena em 1980. O vulcanismo efusivo refere-se a fluxos de lava generalizados que despejam lentamente para a paisagem - que se acredita ser um processo fundamental pelo qual os planetas formam as suas crostas.

A determinação das idades dos depósitos de vulcanismo efusivo pode dar aos investigadores mais informações sobre a história geológica de um planeta. Por exemplo, o vulcanismo efusivo esteve ativo há algumas centenas de milhões de anos atrás em Vénus, há alguns milhões de anos em Marte, e ainda ocorre hoje na Terra. Até agora, a duração da atividade vulcânica efusiva em Mercúrio, composto pelos mesmos materiais que os outros planetas, era desconhecida.

Paul Byrne, professor assistente e geólogo planetário da Universidade Estatal da Carolina do Norte, juntamente com colegas, determinou o momento em que a maior parte do vulcanismo que formou a crosta de Mercúrio terminou usando fotografias da superfície obtidas pela missão MESSENGER da NASA. Como não existem amostras físicas do planeta que podem usadas para a datação radiométrica, os investigadores utilizaram a análise de frequência de crateras, na qual o número e tamanho de crateras à superfície do planeta são colocados em modelos matemáticos estabelecidos, a fim de calcular as idades absolutas dos depósitos vulcânicos efusivos em Mercúrio.

De acordo com os resultados, a maior parte do vulcanismo em Mercúrio terminou há cerca de 3,5 mil milhões de anos atrás, em contraste com as idades vulcânicas de Vénus, Marte e da Terra.

"Há uma grande diferença geológica entre Mercúrio e a Terra, Marte ou Vénus," salienta Byrne. "Mercúrio tem um manto muito mais pequeno, onde o decaimento radioativo produz calor, do que os outros planetas, e por isso perdeu o seu calor muito mais cedo. Como resultado, Mercúrio começou a contrair e a crosta essencialmente vedou quaisquer condutas a partir das quais o magma podia chegar à superfície.

"Estes novos resultados validam previsões com 40 anos acerca do arrefecimento e contração global que desligou o vulcanismo," continua Byrne. "Agora que podemos explicar as observações das propriedades vulcânicas e tectónicas de Mercúrio, temos uma história consistente para a sua formação e evolução, bem como uma nova visão sobre o que acontece quando corpos planetários arrefecem e contraem."

A investigação foi publicada na revista Geophysical Research Letters e também foi financiada pela missão MESSENGER.

 


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Links:

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2015/04/21 - Missão da MESSENGER aproxima-se do fim
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Geophysical Research Letters
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Sonda MESSENGER:
NASA 
JHUAPL
Wikipedia

Mercúrio:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

 
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