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Edição n.º 1146
03/03 a 05/03/2015
 
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20/03/15 - OBSERVAÇÃO DO ECLIPSE SOLAR
08:00 – 10:00 - Observação do eclipse solar de forma segura, com telescópio e outros meios, em simultâneo com outras zonas do país.
Público: Público em geral
Local: Mercado Municipal

20/03/15 - MEDIÇÃO DO RAIO DA TERRA NO EQUINÓCIO DA PRIMAVERA
12:00 – 13:30 - Cálculo do raio da Terra através de uma atividade de medição do comprimento de uma sombra, à semelhança do método usado por Eratóstenes em 250 a.C.
Local: Fórum Algarve

27/03/15 - APRESENTAÇÃO ÀS ESTRELAS
20:30 – 22:30 - Apresentação sobre tema de astronomia, seguida de observação astronómica noturna com telescópio (dependente de meteorologia favorável).
Público: Público em geral
Local: CCVAlg
Preço: 2€ - adultos, 1€ jovens/ estudantes/ reformados (crianças até 12 anos grátis)
Pré-inscrição: info@ccvalg.pt ou 289 890 922

 
EFEMÉRIDES

Dia 03/03: 62.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1915, é fundada a NACA, antecessora da NASA.
Em 1959, lançamento da sonda Pioneer 4, a primeira missão à Lua com êxito.

Falhou a Lua por 59.500 km em vez dos esperados 32.000 km, pelo que não conseguiu testar as câmaras, mas enviou dados excelentes sobre a radiação através dos seus contadores Geiger.
Em 1968, nascia Brian Cox, físico inglês, conhecido por apresentar vários programas televisivos de ciência.
Em 1969, lançamento da Apollo 9, com o objetivo de testar o módulo lunar.
Observações: Trânsito da sombra de Ganimedes, entre as 01:01 e as 04:50.
Ocultação de Io, entre as 05:14 e as 07:38.
Eclipse de Io, entre as 05:49 e as 08:13.
Esta noite Júpiter brilha por cima da Lua. Aviste a mais ténue estrela Régulo um pouco para baixo e para a esquerda do nosso satélite natural.

Dia 04/03: 63.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1675, John Flamsteed é nomeado o primeiro Astrónomo Real de Inglaterra.
Em 1881, nascia Richard Chace Tolman, físico americano, uma autoridade em mecânica estatística. 

Fez importantes contribuições para a cosmologia teórica nos anos após a descoberta da relatividade geral por Einstein. 
Em 1979, a sonda Voyager 1descobre os anéis de Júpiter
Em 1986, a sonda soviética Vega 1 começa a enviar imagens do Cometa Halley, as primeiras imagens de sempre do seu núcleo. 
Em 1994, a missão STS-62 do vaivém espacial (Columbia 16) é lançada para órbita. 
Em 1999, voo rasante do asteróide 1998 VD35 pela Terra (0,169 UA).
Em 2006, última tentativa de contacto com a Pioneer 10, pela Deep Space Network. Nenhuma resposta foi recebida.
Observações: Trânsito de Io, entre as 02:24 e as 04:45.
Um desafio para observadores a latitudes médias norte, durante o lusco-fusco: o distante planeta Urano, de magnitude 5,9, brilha mesmo por baixo de Vénus (quiçá um pouco para a esquerda). Vénus, com magnitude -3,9, é 8000 vezes mais brilhante. Use uns bons binóculos ou um telescópio. Estão separados por pouco mais de 0,05º. Nada daquele brilho está perto de Vénus.
Ocultação de Io, entre as 23:41 e as 02:03 (já de dia 5).

Dia 05/03: 64.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1512 nascia Gerardus Mercator, famoso cartógrafo.

Em 1616, o livro de Nicolau CopérnicoDe revolutionibus orbium coelestium (Das revoluções das esferas celestes) é banido pela Igreja Católica.
Em 1958, é lançada a sonda Explorer 2, mas falha a alcançar órbita.
Em 1978, lançamento do Landsat 3 a partir da Base da Força Aérea em Vandenberg, Califórnia. 
Em 1979 as sondas soviéticas Venera 11Venera 12 e o satélite solar americano Helios II são atingidos por raios-gama, o que leva à descoberta da primeira explosão de raios-gama, proveniente dos enigmáticos objetos de nome magnetares. No mesmo ano, a sonda Voyager 1 fez a sua maior aproximação de Júpiter, quando passou a 206.700 quilómetros do topo das nuvens do planeta. 
Em 1982, a sonda Venera 14 aterra em Vénus
Em 1998, a NASA anuncia que a sonda Clementine, em órbita da Lua, descobriu água suficiente para suportar uma colónia humana.
Observações: Eclipse de Io, entre as 00:18 e as 02:43.
Lua Cheia, pelas 18:06. Esta noite a Lua brilha para baixo das patas traseiras de Leão.

 
CURIOSIDADES


O asteroide Vesta foi descoberto por Heinrich Wilhelm Olbers no dia 29 de março de 1807 e tem o nome da deusa romana do fogo sagrado, da pira doméstica e da cidade.

 
DAWN APROXIMA-SE DE ENCONTRO HISTÓRICO COM PLANETA ANÃO
Ceres gira nesta animação acelerada de imagens capturadas pela missão Dawn durante a sua aproximação ao planeta anão. As imagens foram obtidas no dia 19 de Fevereiro, a uma distância de quase 46.000 quilómetros. Dawn observou Ceres durante uma rotação completa, que dura cerca de nove horas. As imagens têm uma resolução de 4 km por pixel.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA
(clique na imagem para ver versão maior)
 

A sonda Dawn da NASA enviou novas imagens capturadas durante a aproximação à sua histórica inserção orbital em torno do planeta anão Ceres. A Dawn será a primeira missão a visitar com sucesso um planeta anão quando entrar em órbita de Ceres na sexta-feira, dia 6 de Março.

"A Dawn está prestes a fazer história," afirma Robert Mase, gestor de projeto da missão Dawn no JPL (Jet Propulsion Laboratory) da NASA em Pasadena, no estado americano da Califórnia. "A nossa equipa está pronta e ansiosa para descobrir o que Ceres nos tem reservado."

Imagens recentes mostram inúmeras crateras e pontos brilhantes e invulgares que os cientistas acreditam que contam como Ceres, o primeiro objeto descoberto na cintura de asteroides do nosso Sistema Solar, se formou e se a sua superfície está a mudar. Enquanto a nave espirala para órbitas cada vez mais próximas do planeta anão, os investigadores vão estar à procura de sinais de mudanças nestas características, o que poderá sugerir atividade geológica atual.

"O estudo de Ceres permite-nos fazer pesquisas históricas no espaço, abrindo uma nova janela para o capítulo mais antigo da história do nosso Sistema Solar," afirma Jim Green, diretor da Divisão de Ciência Planetária da NASA na sede da agência em Washington. "Os dados enviados pela Dawn podem contribuir com avanços significativos na nossa compreensão de como o Sistema Solar se formou."

A Dawn começou a sua fase de aproximação final a Ceres em Dezembro. A sonda tem tirado várias imagens de navegação ótica e fez duas caracterizações da rotação, permitindo com que Ceres seja observado durante todo o seu período de rotação de nove horas. Desde 25 de janeiro, a Dawn tem enviado de volta as imagens de mais alta-resolução já capturadas de Ceres e vão continuar a melhorar em termos de qualidade à medida que a nave se aproxima.

O padre e astrónomo siciliano, Giuseppe Piazzi, descobriu Ceres em 1801. À medida que mais destes objetos foram sendo encontrados na mesma região, tornaram-se conhecidos como asteroides ou planetas menores. Ceres foi inicialmente classificado como planeta e mais tarde reclassificado como asteroide. Em reconhecimento das suas qualidades planetárias, Ceres foi designado planeta anão em 2006, juntamente com Plutão e Eris.

A sonda Dawn da NASA capturou estas imagens do planeta anão Ceres a cerca de 40.000 km de distância no dia 25 de fevereiro de 2015. Parte de Ceres está à sombra devido à posição atual da sonda em relação ao planeta anão e ao Sol. A resolução é de mais ou menos 3,7 km por pixel.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Ceres tem o nome da deusa romana da agricultura e das colheitas. As crateras em Ceres vão ter igualmente nomes de deuses e deusas da agricultura e da vegetação da mitologia mundial. Outras características vão ter nomes de festivais agrícolas.

Lançada em setembro de 2007, a Dawn explorou o asteroide gigante Vesta durante 14 meses em 2011 e 2012, capturando imagens e dados pormenorizados sobre esse corpo. Tanto Vesta como Ceres orbitam o Sol entre Marte e Júpiter, na cintura principal de asteroides. Esta viagem com duas paragens pelo nosso Sistema Solar é possível graças ao sistema de propulsão iónica da Dawn, pois os seus três motores iónicos são muito mais eficientes do que a propulsão química.

"Tanto Vesta como Ceres estavam a caminho de se tornarem planetas, mas o seu desenvolvimento foi interrompido pela gravidade de Júpiter," explica Carol Raymond, cientista ajunta do projeto no JPL. "Estes dois corpos são como fósseis do início do Sistema Solar e lançam luzes sobre as suas origens."

Ceres e Vesta têm várias diferenças importantes. Ceres é o corpo mais maciço na cintura de asteroides, com um diâmetro médio de 950 km. Vesta tem um diâmetro médio de 525 km e é o segundo objeto mais maciço da cintura. O asteroide formou-se mais cedo que Ceres e é um corpo muito seco. Em contraste, estima-se que o conteúdo de água em Ceres corresponda a 25% da sua massa.

"Ao estudar Vesta e Ceres, vamos ganhar uma melhor compreensão da formação do nosso Sistema Solar, especialmente dos planetas terrestres e sobretudo da Terra," comenta Raymond. "Estes corpos são amostras dos blocos de construção que deram origem a Vénus, à Terra e a Marte. Pensa-se que corpos parecidos com Vesta tenham contribuído fortemente para o núcleo do nosso planeta, e corpos como Ceres tenham fornecido a nossa água."

"Nós não seríamos capazes de orbitar e explorar estes dois mundos sem a propulsão iónica," afirma Mase. "A Dawn aproveita esta tecnologia inovadora para fornecer grande ciência com um orçamento pequeno."

Além da missão Dawn, a NASA lançará em 2016 a sonda OSIRIS-REx (Origins-Spectral Interpretation-Resource Identification-Security-Regolith Explorer). Esta missão vai estudar um grande asteroide em detalhes sem precedentes e trazer amostras de volta à Terra.

Links:

Cobertura da missão Dawn pelo Núcleo de Astronomia do CCVAlg:
27/02/2015 - "Mancha brilhante" em Ceres tem companheira mais ténue
30/01/2015 - Dawn captura imagens de Ceres com resolução superior à do Hubble
02/01/2015 - Sonda Dawn começa aproximação ao planeta anão Ceres
09/12/2014 - Dawn captura a sua melhor imagem, até agora, de Ceres 
03/09/2013 - Ceres - um dos factores de mudança no prisma do Sistema Solar
04/09/2012 - Dawn prepara-se para sair de Vesta e rumar até Ceres
11/05/2012 - Missão Dawn revela segredos de asteróide gigante 
13/12/2011 - Será Vesta o "planeta terrestre mais pequeno"?
19/07/2011 - Sonda Dawn envia imagens a partir de órbita de Vesta
15/07/2011 - Sonda Dawn entra em órbita de asteróide dia 15 de Julho
28/06/2011 - Dawn aproxima-se de estadia de um ano em asteróide gigante 
12/09/2007 - Dawn a um passo de viagem até cintura de asteróides

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
AstronomyNow
SPACE.com
spaceref
PHYSORG
Scientific American
Discovery News
BBC News
CNN

Sonda Dawn:
Página oficial
NASA
Wikipedia

Ceres:
Wikipedia

Vesta:
Voo virtual da Dawn por Vesta (YouTube)
Wikipedia

 
UMA GALÁXIA APARENTEMENTE VELHA NUM UNIVERSO JOVEM

Uma das galáxias mais distantes observada até hoje deu aos astrónomos a primeira deteção de poeira num sistema com formação estelar muito longínquo, o que aponta para uma rápida evolução das galáxias depois do Big Bang. Nas novas observações utilizou-se o ALMA para capturar o fraco brilho da poeira fria na galáxia A1689-zD1 e o VLT (Very Large Telescope) do ESO para medir a distância a este objeto.

Uma equipa de astrónomos, liderada por Darach Watson, da Universidade de Copenhaga, utilizou o instrumento X-shooter montado no VLT, assim como o ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array) para observar uma das galáxias mais jovens e mais longínquas alguma vez encontradas. A equipa surpreendeu-se ao descobrir um sistema muito mais evoluído do que o esperado, com uma fração de poeira muito semelhante à de uma galáxia madura, como a Via Láctea. Tal poeira é vital à vida, contribuindo para a formação de planetas, moléculas complexas e estrelas normais.

O alvo das observações da equipa chama-se A1689-zD1, uma galáxia observável apenas devido ao facto do seu brilho estar a ser amplificado mais de nove vezes por uma lente gravitacional, sob a forma de um enxame de galáxias, Abell 1689, o qual se situa entre a jovem galáxia e a Terra. Sem este aumento gravitacional, o brilho desta galáxia muito ténue seria demasiado fraco para se poder detetar.

Esta imagem obtida pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA mostra o rico enxame de galáxias Abell 1689. A enorme concentração de massa faz curvar a radiação emitida por objetos mais distantes, podendo aumentar o seu brilho total aparente e tornando-os visíveis. Um tal objeto, A1689-zD1, encontra-se no interior do quadrado, embora continue a ser tão ténue que é quase invisível nesta imagem.
Novas observações obtidas com o ALMA e o VLT do ESO revelaram que este objeto é uma galáxia poeirenta que está a ser observada quando o Universo tinha apenas 700 milhões de anos.
Crédito: NASA; ESA; L. Bradley (Universidade Johns Hopkins); R. Bouwens (University da Califórnia, Santa Cruz); H. Ford (Universidade Johns Hopkins) e G. Illingworth (University da California, Santa Cruz)
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Vemos A1689-zD1 quando o Universo tinha apenas cerca de 700 milhões de anos - ou seja, 5% da sua idade atual. É um sistema relativamente modesto - muito menos massivo e luminoso do que muitos outros objetos que foram anteriormente estudados nesta fase do Universo primordial e portanto uma galáxia mais típica dessa altura.

A1689-zD1 está a ser observada tal como era no período da reionização, altura em que as primeiras estrelas trouxeram uma madrugada cósmica, iluminando pela primeira vez um Universo imenso e transparente e acabando com o extenso período de estagnação chamado Idade das Trevas. Esperava-se que a galáxia se parecesse com um sistema recém-formado, mas afinal os observadores ficaram surpreendidos ao descobrir uma rica complexidade química e abundância de poeira interestelar.

"Depois de confirmada a distância à galáxia com o auxílio do VLT," disse Darach Watson, "percebemos que este objeto já tinha sido observado anteriormente pelo ALMA. Não esperávamos encontrar grande coisa, mas posso dizer que ficámos todos muito entusiasmados quando percebemos que não só o ALMA já a tinha observado, como se tratava de uma deteção muito clara. Um dos objetivos principais do Observatório ALMA era encontrar galáxias no Universo primordial através das suas emissões de gás frio e poeira - e aqui está!"

Esta galáxia é um bebé cósmico - mas que provou ser precoce. Com esta idade esperar-se-ia que apresentasse uma falta de elementos químicos mais pesados - qualquer elemento mais pesado que o hidrogénio ou o hélio define-se em astronomia como metal. Estes elementos são produzidos no interior das estrelas e espalhados por toda a parte quando as estrelas explodem ou morrem de qualquer forma. Este processo tem que se repetir por muitas gerações estelares para produzir uma abundância significativa de elementos pesados, tais como o carbono, oxigénio ou azoto.

Esta imagem composta inclui dados no infravermelho obtidos com o instrumento WFC3 do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA e dados no visível. Mostra-nos uma vista de pormenor de parte do enxame de galáxias Abell 1689. A enorme concentração de massa faz curvar a radiação emitida por objetos mais distantes, podendo aumentar o seu brilho total aparente e tornando-os visíveis. Um tal objeto, A1689-zD1, aparece na imagem com uma forma alongada e uma cor avermelhada, visível no interior do quadrado.
Novas observações obtidas com o ALMA e o VLT do ESO revelaram que A1689-zD1 é uma galáxia poeirenta que está a ser observada quando o Universo tinha apenas 700 milhões de anos. A sua radiação está a ser ampliada mais de nove vezes pelo efeito de lente gravitacional massivo do enxame.
Crédito: ESO/J. Richard
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Surpreendentemente, a galáxia A1689-zD1 parecia emitir imensa radiação no infravermelho longínquo, indicando assim que já tinha produzido muitas das suas estrelas e quantidades significativas de metais, revelando que não só continha poeira, mas também possuía uma razão poeira-gás semelhante à de galáxias muito mais maduras.

"Embora a origem exata da poeira galáctica permaneça obscura," explica Darach Watson, "a nossa descoberta indica que a sua produção ocorre muito rapidamente, num período de apenas 500 milhões de anos desde o início da formação estelar no Universo - um intervalo de tempo muito curto em termos cosmológicos, já que a maioria das estrelas vivem durante milhares de milhões de anos."

Os resultados sugerem que A1689-zD1 tem estado a formar estrelas de modo consistente a uma taxa moderada desde uma altura de cerca de 560 milhões de anos depois do Big Bang, ou alternativamente passou por um período extremo muito rápido de formação estelar explosiva antes de iniciar a fase de declínio da formação estelar.

Antes deste resultado, havia a preocupação de que tais galáxias longínquas poderiam não ser detetadas, no entanto A1689-zD1 foi detetada usando apenas observações breves do ALMA.

Kirsten Knudsen (Universidade Chalmers de Tecnologia, Suécia), coautora do artigo científico que descreve estes resultados, acrescenta: "Esta extraordinária galáxia poeirenta parece ter tido muita pressa em formar as suas primeiras gerações de estrelas. No futuro, o ALMA será capaz de nos ajudar a encontrar mais galáxias como esta, de modo a que possamos perceber o que é que as leva a querer "crescer" tão depressa."

Links:

Notícias relacionadas:
ESO (comunicado de imprensa)
Artigo científico
Astronomy
Space Daily
PHYSORG
AstronomyNow
UPI

A1689-zD1:
Wikipedia

Universo:
Universo (Wikipedia)
Idade do Universo (Wikipedia)
Estrutura a grande-escala do Universo (Wikipedia)
Big Bang (Wikipedia)
Cronologia do Big Bang (Wikipedia)

ALMA:
Página principal
ALMA (NRAO)
ALMA (NAOJ)
ALMA (ESO)
Wikipedia

VLT:
Página oficial
Wikipedia

ESO:
Página oficial
Wikipedia

 
DESVENDADO MISTÉRIO COM MAIS DE MEIO SÉCULO NA ATMOSFERA DE VÉNUS

Pela primeira vez em mais de 50 anos, uma equipa internacional, da qual fazem parte os investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA1) Pedro Machado e David Luz, desvendou o mistério da nuvem “Y” de Vénus, descrevendo o mecanismo que a suporta e reproduzindo, de forma inédita, a sua evolução temporal.

O planeta Vénus está coberto por uma densa camada de nuvens sem quaisquer características distintivas. Porém, quando observado no ultravioleta, apresenta estruturas escuras impressionantes. A origem da maior destas estruturas, que cobre quase todo o disco do planeta e tem a forma de "Y", tem sido um mistério desde a sua descoberta há mais de cinco décadas. No início, os astrónomos pensavam que o Y era apenas um aglomerado de nuvens arrastadas pelo vento, mas em 1973, os dados da missão Mariner 10 (NASA) revelaram que a estrutura não só se propaga como um todo, como fá-lo a uma velocidade diferente do meio envolvente.

De acordo com Pedro Machado (IA e Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa), "este estudo permitiu levantar o véu de um mistério que persiste há muito tempo sobre a atmosfera de Vénus, o que nos deixou muito entusiasmados. Concluímos que a estrutura observada é na realidade uma onda à escala planetária. Contudo, a princípio não sabíamos de que tipo de fenómeno ondulatório se tratava, visto não se enquadrar em nenhum dos casos conhecidos".

Vénus no ultravioleta. Imagem obtida em 1973 pela sonda Mariner 10.
Crédito: Mariner 10, NASA
 

Estas estruturas escuras revelaram a presença de grandes quantidades de um composto ainda desconhecido, que absorve a radiação ultravioleta e obscurece essas regiões. As observações destas estruturas permitiram ainda inferir a característica de "super-rotação" da atmosfera de Vénus - enquanto o planeta demora 243 dias para girar sobre si mesmo, a atmosfera dá uma volta em torno do planeta a cada quatro dias.

"Uma onda do tamanho da Y deve desempenhar um papel-chave para explicar porque é que a atmosfera roda sessenta vezes mais rápido do que a superfície, de modo que compreender essa estrutura é crucial", afirma Javier Peralta, investigador do Instituto de Astrofísica de Andalucía (IAA-CSIC) e responsável por este estudo, em destaque na revista Science e escolhido como capa da Geophysical Research Letters.

Os investigadores deduziram uma nova onda atmosférica compatível com a rotação extremamente lenta de Vénus e que explica, com uma simplicidade surpreendente, muitas das características observadas na onda Y.

Vénus em diferentes comprimentos de onda (IR: infravermelho; NIR: infravermelho próximo; VIS: visível; UV: ultravioleta).
Crédito: Javier Peralta (IAA)
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Esta onda não está confinada somente à região equatorial, mas também está limitada às altitudes onde os ventos atingem a sua intensidade máxima, o que explica porque a Y só se observa no topo das nuvens de Vénus.

O resultado mais surpreendente deste estudo foi verificar que a forma de "Y" é devida à distorção que os ventos produzem nesta onda. "O vento forte que sopra para o oeste em Vénus é aproximadamente constante entre o Equador e as latitudes médias. Contudo, como em latitudes altas o raio do paralelo do lugar é menor, os ventos completam uma volta ao planeta mais rapidamente do que no Equador, de modo que a onda vai sendo distorcida - explica Javier Peralta. Foi emocionante ver como essa nova onda de escala planetária toma a forma de um "Y", à medida que os ventos venusianos a distorcem".

Links:

Notícias relacionadas:
Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (comunicado de imprensa)
Instituto de Astrofísica de Andalucía (comunicado de imprensa)
Science
Geophysical Journal Letters
PHYSORG
Público

Vénus:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg 
Wikipedia

 
TAMBÉM EM DESTAQUE
  Vida "como não a conhecemos" possível na lua de Saturno, Titã (via Universidade de Cornell)
A água líquida é um requisito para a vida na Terra. Mas noutros mundos muito mais frios, a vida poderá existir para lá dos limites da química baseada na água. Engenheiros químicos e astrónomos de Cornell forneceram um modelo para vida que podia prosperar num mundo frio e árduo - especificamente Titã. Ler fonte
 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Dentro do Enxame de Galáxias de Cabeleira de Berenice
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: NASAESAHubble Heritage (STScI/AURA); Reconhecimento: D. Carter (LJMU) et al. e Equipa Coma HST ACS
 
Quase todos os objetos na fotografia acima são galáxias. O Enxame de Galáxias de Coma (também chamado de Cabeleira de Berenice) é um dos enxames mais densos conhecidos - contém milhares de galáxias. Cada destas galáxias abriga milhares de milhões de estrelas - tal como a nossa própria Via Láctea. Apesar de próximo em comparação com a maioria dos outros enxames, a luz mesmo assim ainda demora centenas de milhões de anos até chegar até nós. De facto, o Enxame de Galáxias de Cabeleira de Berenice é tão grande que a luz demora milhões de anos apenas para ir de um lado ao outro! O mosaico acima mostra uma pequena porção do enxame de Coma, capturado em 2006 e em detalhes sem precedentes pelo Telescópio Espacial Hubble, com o objetivo de investigar como as galáxias em enxames ricos se formam e evoluem. A maioria das galáxias em Coma e noutros enxames são elípticas, embora algumas aqui fotografadas sejam claramente espirais. A galáxia espiral perto do canto superior esquerdo da imagem pode também ser encontrada na secção superior esquerda desta imagem com um maior campo de visão. No pano de fundo são visíveis milhares de galáxias, galáxias estas independentes do enxame e espalhadas por todo o Universo.
 

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