CERES: IMAGENS A PARTIR DA ÓRBITA MAIS BAIXA DA DAWN
25 de dezembro de 2015
Esta imagem de Ceres foi obtida durante a órbita de baixa altitude da Dawn e mostra uma cadeia de crateras chamada Gerber Catena.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA
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A sonda Dawn da NASA, voando atualmente na sua órbita mais baixa e final em redor do planeta anão Ceres, transmitiu as primeiras imagens a partir do seu melhor ponto de vista possível. As novas imagens mostram detalhes da superfície craterada e fraturada.
A Dawn captou estas imagens do hemisfério sul de Ceres no dia 10 de dezembro a uma altitude aproximada de 385 km, o valor mais baixo de sempre para a sua altitude orbital. A Dawn permanecerá a esta altitude durante o resto da missão e, depois, indefinidamente. A resolução das imagens é de cerca de 35 metros por pixel.
Entre as vistas impressionantes está uma cadeia de crateras chamada Gerber Catena, localizada a oeste da grande cratera Urvara. As depressões são comuns em corpos planetários maiores, provocadas por contração, tensões de impacto e pelo peso de grandes montanhas sobre a crosta - Olympus Mons em Marte é um exemplo. As fraturas encontradas em toda a superfície de Ceres indicam que processos similares podem ter ocorrido aqui, apesar do seu tamanho pequeno (o diâmetro médio de Ceres é 940 quilómetros). Muitas das depressões e ranhuras de Ceres foram provavelmente formadas como resultado de impactos, mas algumas parecem ser tectónicas, refletindo tensões internas que quebraram a crosta.
"Não compreendemos ainda a razão porque são tão proeminentes, mas provavelmente está relacionada com a complexa estrutura crustal de Ceres," afirma Paul Schenk, membro da equipa científica da Dawn do Instituto Lunar e Planetário em Houston, no estado americano do Texas.
As imagens foram obtidas como parte de um teste da câmara "backup" de enquadramento da Dawn. A câmara principal de enquadramento, que é essencialmente idêntica, começou a sua campanha de imagem durante esta órbita no passado dia 16 de dezembro. Ambas as câmaras estão bem de saúde.
Os outros instrumentos da Dawn também começaram o seu período intenso de observações este mês. O espectrómetro de mapeamento visível e infravermelho vai ajudar a identificar os minerais olhando para o modo como vários comprimentos de onda são refletidos pela superfície de Ceres. O detetor de raios-gama e de neutrões também está ativo. A medição das energias e números de raios-gama e neutrões, dois componentes da radiação nuclear, vai ajudar a determinar as abundâncias de alguns elementos em Ceres.
No início de dezembro, os membros da equipa científica da Dawn revelaram que o material brilhante, encontrado em crateras importantes como Occator, é consistente com sal - e propuseram que um tipo de sulfato de magnésio, chamado hexahidrato, pode estar presente. Um grupo diferente de cientistas da Dawn descobriu que Ceres também contém argilas amoniacadas. Dado que a amónia é abundante no Sistema Solar exterior, este achado sugere que Ceres pode ter-se formado na vizinhança de Neptuno e migrado para dentro, ou ter-se formado no local onde se encontra com material que migrou a partir do Sistema Solar exterior.
"Ao recolhermos os dados de maior resolução alguma vez obtidos de Ceres, vamos continuar a examinar as nossas hipóteses e a descobrir ainda mais surpresas sobre este mundo misterioso," afirma Chris Russell, investigador principal da missão Dawn, da Universidade da Califórnia em Los Angeles.
A Dawn é a primeira missão a visitar um planeta anão e a primeira missão, além do sistema Terra-Lua, a orbitar dois alvos distintos do Sistema Solar. Orbitou o protoplaneta Vesta durante 14 meses em 2011 e 2012 e chegou a Ceres no dia 6 de março de 2015.
Esta parte de Ceres, perto do pólo sul, tem sombras muito longas porque, da perspetiva deste local, o Sol está perto do horizonte.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA
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A Dawn obteve esta imagem durante a sua órbita de baixa altitude, a cerca de 385 km do planeta anão.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA
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