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Edição n.º 998
27/09 a 30/09/2013
 
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EFEMÉRIDES

Dia 27/09: 270.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1905, a revista de Física, Annalen der Physik, recebe o artigo de Einstein, "A inércia de um corpo depende de seu conteúdo de energia?", introduzindo a equação E=mc^2.
Em 2003 era lançada a sonda da ESASmart-1, a primeira tentativa de lançar naves espaciais de baixo custo.
Em 2007, a NASA lança a sonda Dawn, com destino Vesta e Ceres, os dois maiores membros da cintura de asteróides.

Em 2008, o astronauta da agência espacial chinesa CNSA, Zhai Zhigang, torna-se no primeiro chinês a fazer um passeio espacial enquanto voava na Shenzhou 7.
Observações: Lua em Quarto Minguante, pelas 04:55.

Dia 28/09: 271.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1999, o Observatório de Raios-X Chandra da NASA anuncia uma espectacular imagem da Nebulosa do Caranguejo, os espectaculares restos de uma explosão estelar, revelando algo ainda nunca visto.

O brilhante anel à volta do coração da nebulosa são ondas de partículas altamente energéticas que parecem ter sido expulsas a uma distância de 1 ano-luz da estrela central, e os jactos de partículas afastam-se da estrela de neutrões numa direcção perpendicular à espiral.
Em 2008, a SpaceX lança sua a primeira nave espacial privada, a Falcon 1, para órbita.
Observações: A Lua nasce por volta da 1 da manhã (da noite de 27 para 28), com Júpiter brilhando para a sua esquerda. Consegue avistar Delta Geminorum, com magnitude 3,6, a menos de meio-grau para baixo do gigante gasoso? E já agora, à mesma altura, observe telescopicamente Júpiter, e conseguirá discernir a sombra de Io passando pela atmosfera. O satélite desaparece em frente do planeta por volta das 3 da manhã e a sua sombra uma hora depois. Meia hora depois surge Europa no mesmo lado e Io pelas 05:15.

Dia 29/09: 272.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1954 é assinada a convenção que estabelece o CERN.
Em 1962 era lançado o Alouette 1, o primeiro satélite canadiano.
Em 1988 era lançada a missão STS-26 do vaivém Discovery.

Marca o resumo das missões depois do acidente 1986 51-L do vaivém Challenger. Duração da missão: 97 horas e 11 minutos.
Em 2004, o asteróide 4179 Toutatis passa a quatro distâncias lunares da Terra. No mesmo ano, a nave SpaceShipOne de Burt Rutan faz o seu primeiro voo espacial, dos dois necessários para ganhar o Ansari X Prize.
Observações: Esta é a altura do ano quando, por volta das 22 horas, a constelação em forma de W, Cassiopeia, está a meio do céu a Nordeste, e quando, para a sua esquerda, a Ursa Menor extende-se para a esquerda da Estrela Polar.

Dia 30/09: 273.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1880, Henry Draper tira a primeira fotografia da Nebulosa de Orionte.

A exploração de M42 é ainda feita a partir de fotos do Hubble.
Em 1977, devido a cortes e a reservas de energia cada vez menores, as experiências ALSEP das Apollo, deixadas na Lua, são desligadas.
Observações: Pouco depois do anoitecer nesta altura do ano, cinco constelações formam uma linha que desce do zénite até ao horizonte a Oeste-Noroeste. Perto do zénite está a estrela Deneb: a cauda do Cisne. A seguir temos Lira com a brilhante Vega, depois o ténue Hércules, a pequena Coroa Boreal e finalmente o grande Boieiro com a brilhante estrela Arcturo baixa a Oeste-Noroeste.

 
CURIOSIDADES


Um parsec equivale a 3,26 anos-luz. É a distância da Terra a um objecto astronómico que tem um ângulo de paralaxe de um arco-segundo.

 
RESULTADOS CIENTÍFICOS DO LOCAL DE ATERRAGEM DO CURIOSITY

O rover Curiosity da NASA está a revelar muito sobre Marte, desde processos antigos no seu interior até à actual interacção entre a superfície e atmosfera marciana.

A análise de rochas soltas, areia e poeira tem proporcionado uma nova compreensão dos processos locais e globais em Marte. As análises de observações e medições pelos instrumentos científicos do rover durante os primeiros quatro meses após a aterragem em Agosto de 2012 estão detalhadas em cinco relatórios publicados na edição de hoje (27 de Setembro) da revista Science.

Uma das conclusões principais é que as moléculas de água estão ligadas a partículas de granulação fina no solo, sendo responsável por 2% do peso das mesmas no local de aterragem do Curiosity, a Cratera Gale. Este resultado tem implicações globais, porque estes materiais estão provavelmente distribuídos em redor do Planeta Vermelho.

O Curiosity também concluiu a sua primeira análise mineralógica detalhada de outro planeta usando um método padrão de laboratório para a identificação de minerais cá na Terra. As conclusões sobre os componentes tanto cristalinos como não-cristalinos no solo fornecem pistas sobre a história vulcânica do planeta.

No sol 84 (31 de Outubro de 2012), o rover Curiosity usou o seu instrumento MAHLI (Mars Hand Lens Imager) para capturar este conjunto de 55 imagens em alta-resolução, que foram agrupadas para criar este auto-retrato.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Informações sobre a evolução da crosta marciana e regiões mais profundas dentro do planeta surgem da análise mineralógica de uma rocha ígnea com o tamanho de uma bola de futebol denominada "Jake M." As rochas ígneas formam-se pelo arrefecimento de material fundido originário das profundezas do planeta. As composições químicas das rochas podem ser usadas para inferir as condições térmicas, químicas e a pressão sob as quais cristalizaram.

"Nenhuma outra rocha marciana é tão semelhante às rochas ígneas terrestres," afirma Edward Stolper do Instituto de Tecnologia da Califórnia, autor principal de um relatório sobre esta análise. "Isto é surpreendente porque as rochas ígneas de Marte estudadas anteriormente diferem substancialmente das rochas terrestres e de Jake M."

Esta imagem mostra onde o rover Curiosity apontou os seus dois instrumentos para estudar uma rocha denominada "Jake Matijevic".
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Os outros quatro relatórios incluem a análise da composição e processos de formação de uma deriva pelo vento de areia e poeira, por David Blake do Centro de Pesquisa Ames da NASA em Moffett Field, no estado americano da Califórnia, e co-autores.

O Curiosity examinou esta deriva, com o nome de Rocknest, com cinco instrumentos, levando a cabo uma análise laboratorial a bordo de amostras recolhidas da superfície marciana. A deriva tem uma história complexa e inclui partículas de areia com origens locais, bem como partículas mais finas trazidas pelo vento, distribuídas regionalmente ou até globalmente.

O rover está equipado com um instrumento laser para determinar as composições dos materiais a uma certa distância. Este instrumento descobriu que estas partículas finas na deriva de Rocknest coincidem com a composição de poeira espalhada por vento e que contêm moléculas de água. O rover testou 139 alvos no solo em Rocknest e noutros locais durante os primeiros três meses da missão e detectou hidrogénio - que os cientistas interpretam como água - de cada vez que o laser atingia material fino.

"O componente de grão fino do solo tem uma composição semelhante à da poeira distribuída por todo o planeta, e agora, mais do que nunca, temos informações sobre a sua hidratação e composição," afirma Pierre-Yves Meslin do Instituto de Pesquisa em Astrofísica e Planetologia em Toulouse, França, autor principal de um artigo sobre os resultados do instrumento a laser.

Um laboratório dentro do Curiosity usou raios-X para determinar a composição das amostras Rocknest. Esta técnica, descoberta em 1912, é padrão em laboratório para identificar minerais na Terra. O equipamento foi miniaturizado para caber na nave que transportou o Curiosity até Marte, e tem rendido outros benefícios para dispositivos portáteis utilizados na Terra. David Bish da Universidade de Indiana em Bloomington é co-autor de um artigo sobre como esta técnica foi usada e sobre os seus resultados em Rocknest.

A análise por raios-X não só identificou 10 minerais distintos, como também descobriu que uma inesperadamente grande porção da composição de Rocknest são ingredientes amorfos, em vez de minerais cristalinos. Os materiais amorfos, semelhantes a substâncias vítreas, são um componente de alguns depósitos vulcânicos na Terra.

Imagem da terceira e quarta trincheira escavada pela pá de 4 cm do rover Curiosity em Marte, em Outubro de 2012.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Outro instrumento de laboratório identificou químicos e isótopos em gases libertados pelo aquecimento do solo de Rocknest num pequeno forno. Os isótopos são variantes do mesmo elemento com diferentes pesos atómicos. Estes testes descobriram que a água representa 2% do solo, e que as moléculas de água estão ligadas aos materiais amorfos no solo.

"A proporção de isótopos de hidrogénio na água libertada a partir de amostras aquecidas do solo de Rocknest indica que as moléculas de água ligadas às partículas de solo vêm da interacção com a atmosfera moderna," afirma Laurie Leshin do Instituto Politécnico Rensselaer em Troy, Nova Iorque, autora principal de um artigo sobre a análise com o instrumento de aquecimento.

O aquecimento e análise da amostra de Rocknest também revelou um composto com cloro e oxigénio, provavelmente clorato ou perclorato, que já se sabia existir em Marte apenas num local a alta-latitude. Esta descoberta no local equatorial do Curiosity sugere uma distribuição mais global.

Os dados obtidos pelo Curiosity desde os primeiros quatro meses da missão em Marte estão ainda sendo analisados.

Links:

Cobertura da missão do rover Curiosity pelo CCVAlg:
27/09/2013 - Curiosity analisa rochas em ponto de paragem
20/09/2013 - Curiosity não detecta metano em Marte
06/08/2013 - Primeiro aniversário do Curiosity em Marte
23/07/2013 - Artigos relatam pistas do passado atmosférico de Marte
09/07/2013 - Rover Curiosity começa viagem até Monte Sharp
07/06/2013 - Cientistas calculam exposição à radiação durante viagem a Marte
04/06/2013 - Seixos comprovam antigo leito de rio em Marte
21/05/2013 - Rover Curiosity da NASA perfura segundo alvo
19/03/2013 - Rover Curiosity vê tendência em presença de água
15/03/2013 - Rover da NASA descobre que Marte já teve condições para suportar vida
05/02/2013 - Curiosity perfura rocha marciana pela primeira vez
18/01/2013 - Curiosity prepara-se para primeira perfuração marciana
28/12/2012 - Rover Curiosity passa Natal na "Casa da Avó"
11/12/2012 - O futuro do Curiosity: mapeamento montanhoso
04/12/2012 - Rover da NASA completa primeira análise de solo marciano
06/11/2012 - Rover Curiosity encontra pistas de mudanças na atmosfera de Marte
02/11/2012 - Curiosity analisa primeiras amostras de solo marciano
02/10/2012 - Curiosity descobre que tempo em Marte é surpreendentemente quente
28/09/2012 - Rover Curiosity descobre antigo leito na superfície marciana
21/09/2012 - Rover Curiosity aponta armas para rocha invulgar na sua viagem
07/09/2012 - Rover Curiosity começa actividades com o seu braço robótico
31/08/2012 - Curiosity começa viagem para Este
28/08/2012 - Curiosity envia incrível imagem em alta-resolução do Monte Sharp
21/08/2012 - Laser e braço do Curiosity passam primeiros testes
10/08/2012 - Curiosity envia 1.º panorama a cores
07/08/2012 - Curiosity aterra em Marte!
03/08/2012 - Rover Curiosity: tudo ou nada
31/07/2012 - Aterragem de rover marciano segue grande tradição dramática com 40 anos
17/07/2012 - Rover Curiosity a caminho da aterragem no início de Agosto
20/12/2011 - Rover marciano da NASA começa pesquisa no espaço
25/11/2011 - Como é que o Curiosity vai para Marte? Com muito cuidado
22/11/2011 - Mega-rover pronto para pesquisar sinais de vida em Marte
05/07/2011 - Rover Curiosity poderá subir monte com altura do Kilimanjaro

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Instituto Politécnico Rensselaer (comunicado de imprensa)
Laboratório Nacional de Los Alamos (comunicado de imprensa)
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Rover Curiosity (MSL):
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Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
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ENCONTRADO ELO PERDIDO ENTRE PULSARES DE RAIOS-X E RÁDIO

Astrónomos usando os observatórios espaciais Integral e XMM-Newton da ESA apanharam pela primeira vez um veloz "pulsar de milissegundo" numa fase evolutiva crucial, à medida que alterna entre a emisão de pulsos de raios-X e ondas de rádio.

Os pulsares são estrelas de neutrões altamente giratórias e magnetizadas, os núcleos mortos de estrelas massivas que explodiram como uma dramática supernova após terem consumido o seu combustível. À medida que giram, enviam pulsos de radiação electromagnética centenas de vezes por segundo, como as luzes de um farol. Isto diz-nos que o período de rotação das estrelas de neutrões pode ser tão curto quanto alguns milissegundos.

Os pulsares são classificados pelo modo como a sua emissão é gerada. Por exemplo, os pulsares de rádio são alimentados pela rotação do seu campo magnético, enquanto os pulsares de raios-X são alimentados pela acreção de material desviado de uma estrela companheira.

A teoria afirma que, inicialmente, estrelas de neutrões com baixa rotação e com uma companheira de baixa-massa são aceleradas à medida que a matéria acresce sobre elas, formando um disco alimentado pela companheira. São emitidos raios-X à medida que o material de acreção aquece e cai sobre a estrela de neutrões.

Após mais ou menos mil milhões de anos, a taxa de acreção diminui e pensa-se que os pulsares ligam-se novamente como pulsares de milissegundo de rádio.

Esta ilustração mostra uma impressão de artista de um brilhante pulsar em rádio num sistema binário com uma estrela de baixa-massa como companheira.
Crédito: ESA
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Pensa-se também que exista uma fase intermédia, na qual os pulsares alternam entre os dois estados várias vezes mas, até agora, não haviam evidências directas e conclusivas desta fase de transição.

Graças aos esforços combinados dos observatórios espacials Integral e XMM-Newton da ESA, juntamente com observações de acompanhamento pelos observatórios Swift e Chandra da NASA e por radiotelescópios terrestres, os cientistas finalmente apanharam um pulsar no acto de mudar entre as duas etapas evolutivas.

"A busca finalmente acabou: com a nossa descoberta de um pulsar de milisegundo que, em apenas algumas semanas, mudou entre ser alimentado graças a acreção e brilhante em raios-X, e alimentado graças à rotação e brilhante em ondas de rádio, temos finalmente o elo que faltava na evolução pulsar," afirma Alessandro Papitto do Instituto de Ciências do Espaço em Barcelona, Espanha, que liderou a pesquisa publicada esta semana na revista Nature.

O objecto, identificado como IGR J18245-2452, foi detectado pela primeira vez em raios-X no dia 28 de Março de 2013 pelo Integral no enxame globular M28, situado na constelação de Sagitário.

As observações do XMM-Newton determinaram que o período de rotação do pulsar é 3,9 milissegundos, o que significa que completa mais de 250 voltas em torno de si próprio a cada segundo, identificando-o claramente como um brilhante pulsar de milissegundo em raios-X.

Impressão de artista de um brilhante pulsar em raios-X num sistema binário.
Crédito: ESA
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Mas a comparação entre a sua rotação e outras características-chave com as de outros pulsares conhecidos em M28 mostrou que combinam perfeitamente com as de outro pulsar que tinha sido observado em 2006 - mas apenas a comprimentos de onda de rádio.

"Nessa altura, parecia ser apenas mais um pulsar de milissegundo de rádio, mas agora aqui está, brilhando em raios-X - claramente não é um pulsar comum," acrescenta o Dr. Papitto.

Os astrónomos continuaram a observar o objecto com telescópios de raios-X, mas também começaram uma série de observações no rádio, à procura de pistas de que podia alternar personalidades novamente.

O que os astrónomos não esperaram foi que a mudança em comportamento acontecesse em poucas semanas.

"Nós costumávamos pensar que a mudança iria ocorrer apenas uma vez ao longo da evolução de mil milhões de anos destes sistemas, no entanto, no espaço de um mês, a estrela de neutrões andou para trás e para a frente entre um estado de raios-X e um estado de rádio, mostrando que a alternância pode acontecer até em escalas de tempo extremamente curtas," afirma Enrico Bozzo, co-autor do artigo e da Universidade de Genebra, Suíça.

Duas imagens da mesma zona do céu, obtidas em raios-X pela missão INTEGRAL da ESA. A imagem de cima tem por base dados recolhidos no dia 18 de Fevereiro de 2013, enquanto a de baixo tem por base dados recolhidos nos dias 28 de Março e 6 de Abril de 2013. Note a fonte IGR J18245-2452 apenas visível na imagem de baixo.
Crédito: ESA/INTEGRAL/IBIS
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Apesar de ocorrer numa escala de tempo muito mais rápida do que se imaginava, as características da transformação, que se pensa estar na interacção entre o campo magnético do pulsar e a pressão de material que cai sobre este a partir da sua companheira de baixa-massa, ainda cabe na teoria actual.

Quando o fluxo de entrada de material da estrela vizinha é mais intenso, a elevada densidade de matéria desliga a emissão de rádio, e o pulsar é apenas visível através de raios-X emitidos pela matéria em acreção à medida que aquece quando cai sobre o pulsar.

Por outro lado, quando a taxa de acreção diminui, o campo magnético do pulsar expande-se e empurra qualquer matéria remanescente para longe do pulsar, permitindo a emissão de rádio.

Olhando para trás, através de dados de arquivo deste pulsar em particular, os astrónomos mostraram que esses ciclos podem repetir-se em escalas de tempo de apenas poucos anos.

"A descoberta deste pulsar transicional completa uma busca de uma década por tal objecto e vai ajudar-nos a melhor compreender a evolução dos pulsares," afirma Erik Kuulkers, cientista do Projecto Integral na ESA.

"Embora tenhamos demorado muito tempo a fazer esta primeira detecção, acreditamos que os pulsares nestes sistemas binários são bastante comuns, por isso estamos ansiosos por encontrar mais," afirma Norbert Shcartel, cientista do projecto XMM-Newton da ESA.

Links:

Notícias relacionadas:
ESA (comunicado de imprensa)
ESA - 2 (versão mais detalhada)
NASA (comunicado de imprensa)
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IGR J18245-2452:
SIMBAD

M28:
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SEDS

Pulsares:
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Animação de um pulsar (via YouTube)
Catálogo ATNF de Pulsares

INTEGRAL:
ESA
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Observatório XMM-Newton:
ESA
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Telescópio Swift:
NASA
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Observatório Chandra:
Harvard
NASA
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CURIOSITY ANALISA ROCHAS EM PONTO DE PARAGEM

O rover Curiosity da NASA retomou a caminhada de muitos meses em direcção ao seu destino montanhoso, o Monte Sharp. O rover usou instrumentos no seu braço a semana passada para inspeccionar rochas no seu primeiro ponto de paragem ao longo da rota dentro da Cratera Gale.

O local, originalmente escolhido com base em imagens obtidas pela sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter) da NASA, deu frutos com a investigação de alvos que contêm evidências de antigos ambientes húmidos.

"Nós examinámos cascalhos arenosos depositados por água que corria sobre a superfície, e veias ou fracturas na rocha," afirma Dawn Sumner da Universidade da Califórnia, membro da equipa científica do Curiosity com um papel de liderança no planeamento das paragens. "Nós sabemos que as veias são mais jovens que os cascalhos arenosos porque cortam-nos, mas parecem ser preenchidos com grãos de arenito."

Este mosaico de quatro imagens obtidas pela câmara MAHLI do Curiosity mostra texturas detalhadas numa crista que sobressai da rocha em redor.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Este Ponto 1 num afloramento chamado "Darwin" é o primeiro de até cinco pontos de paragem planeados ao longo do percurso de 8,6 km entre a área "Glenelg", onde o Curiosity trabalhou durante a primeira metade de 2013, e o ponto de entrada para a encosta inferior do Monte Sharp, o destino principal da missão. Está a cerca de um-quinto da distância até ao alvo desejado. O rover partiu do Ponto 1 a 22 de Setembro, rumando para Oeste cerca de 22,8 metros.

A equipa científica do Curiosity planeou os pontos de paragem de modo a recolher informação acerca da geologia entre Glenelg e o Monte Sharp. Os investigadores querem compreender as relações entre o que a missão já descobriu em Glenelg e o que poderão encontrar nas múltiplas camadas do Monte Sharp. As análises de amostras recolhidas a partir de veios rochosos em "Yellowknife Bay" na área de Glenelg forneceram evidências de um ambiente molhado passado com condições favoráveis para a vida microbiana. Isto significa que a missão já atingiu o seu objectivo científico principal.

"Queremos entender a história da água na Cratera Gale," afirma Sumner. "Será que o fluxo de água que depositou o arenito de cascalho no Ponto 1 ocorreu aproximadamente ao mesmo tempo que o fluxo de água em Yellowknife Bay? Se o mesmo fluxo de fluido produziu as veias aqui e as veias em Yellowknife Bay, seria de esperar que tivessem a mesma composição. Vemos que as veias são diferentes, por isso sabemos que a história é complicada. Nós usamos estas observações para juntar o puzzle da história a longo termo."

O rover Curiosity da NASA usou uma nova técnica, com autonomia adicional para o rover, na colocação da torre na extremidade do braço robótico, durante o 399.º dia marciano. ou sol, da missão.
Crédito: NASA/JPL-Caltech
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Os investigadores definiram como prioridade de topo na paragem do Ponto 1 a examinação de um afloramento rochoso como o arenito de cascalho. As veias foram um extra.

"Como muitas vezes acontece, quanto mais nos aproximamos, mais é revelado," afirma Kenneth Williford do JPL da NASA em Pasadena, no estado americano da Califórnia, membro da equipa científica do Curiosity, activo no planeamento do uso do braço robótico. O primeiro local específico no Ponto 1 para estacionar o rover e usar os instrumentos no seu braço foi seleccionado porque as imagens obtidas a quase à distância de um campo de futebol mostraram afloramentos que pareciam conglomerados. Assim que o Curiosity abordou esse local, novas imagens mostraram as veias, e um segundo local para utilização do braço foi adicionado ao plano.

O rover passou um dia usando o seu braço no primeiro local e outros três usando o braço no segundo local. Em todos estes quatro dias de "contacto científico", as investigações fizeram uso de dois instrumentos montados na extremidade do braço: o APXS (Alpha Particle X-Ray Spectrometer), que identifica elementos químicos presentes num alvo, e o MAHLI (Mars Hand Lens Imager), que mostra as texturas, formas e cores dos alvos.

Outro dispositivo na extremidade do braço ainda contém pós de uma rocha que o Curiosity perfurou para recolha de amostras em Yellowknife Bay há quatro meses atrás. Os instrumentos laboratoriais dentro do rover já analisaram porções desta amostra, mas os cientistas têm opções de muitas configurações instrumentais para levar a cabo novas análises. Nas próximas semanas, porções adicionais do pó peneirado ainda no braço podem ser entregues para essas análises. O pó é um precioso recurso científico, mas também representa um desafio especial para a utilização do espectrómetro e câmara na torre do braço.

Este mosaico de nove imagens, obtidas com o instrumento MAHLI do Curiosity, mostra texturas detalhadas num conglomerado rochoso com pequenos cascalhos e partículas com o tamanho de grãos de areia.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"Nós não queremos colocar a torre do braço numa posição que movimente o material de amostra para a parte de trás da peneira," afirma Matt Robinson do JPL, engenheiro-chefe das operações do braço robótico do Curiosity. "Temos que ter em consideração a orientação da torre durante todos os movimentos até alcançar o alvo, e não apenas a sua orientação no alvo."

Apesar deste desafio, a equipa usou intensamente os instrumentos do braço no Ponto 1. No passado dia 19, o rover analisou cinco alvos com o espectrómetro e a câmara no braço. No dia seguinte, no mesmo local, examinou mais três. A equipa deixou alguns alvos potenciais por examinar, para apressar a retoma da viagem até ao Monte Sharp, como planeado.

"Tem que haver um compromisso," afirma Williford, "entre a vontade de alcançar quanto antes o Monte Sharp e estudar as rochas ao longo do caminho. A nossa equipa, composta por mais de 450 cientistas, definiu como prioridade chegar ao Monte Sharp, com poucas e breves paragens pelo caminho."

Links:

Cobertura da missão do rover Curiosity pelo CCVAlg:
20/09/2013 - Curiosity não detecta metano em Marte
06/08/2013 - Primeiro aniversário do Curiosity em Marte
23/07/2013 - Artigos relatam pistas do passado atmosférico de Marte
09/07/2013 - Rover Curiosity começa viagem até Monte Sharp
07/06/2013 - Cientistas calculam exposição à radiação durante viagem a Marte
04/06/2013 - Seixos comprovam antigo leito de rio em Marte
21/05/2013 - Rover Curiosity da NASA perfura segundo alvo
19/03/2013 - Rover Curiosity vê tendência em presença de água
15/03/2013 - Rover da NASA descobre que Marte já teve condições para suportar vida
05/02/2013 - Curiosity perfura rocha marciana pela primeira vez
18/01/2013 - Curiosity prepara-se para primeira perfuração marciana
28/12/2012 - Rover Curiosity passa Natal na "Casa da Avó"
11/12/2012 - O futuro do Curiosity: mapeamento montanhoso
04/12/2012 - Rover da NASA completa primeira análise de solo marciano
06/11/2012 - Rover Curiosity encontra pistas de mudanças na atmosfera de Marte
02/11/2012 - Curiosity analisa primeiras amostras de solo marciano
02/10/2012 - Curiosity descobre que tempo em Marte é surpreendentemente quente
28/09/2012 - Rover Curiosity descobre antigo leito na superfície marciana
21/09/2012 - Rover Curiosity aponta armas para rocha invulgar na sua viagem
07/09/2012 - Rover Curiosity começa actividades com o seu braço robótico
31/08/2012 - Curiosity começa viagem para Este
28/08/2012 - Curiosity envia incrível imagem em alta-resolução do Monte Sharp
21/08/2012 - Laser e braço do Curiosity passam primeiros testes
10/08/2012 - Curiosity envia 1.º panorama a cores
07/08/2012 - Curiosity aterra em Marte!
03/08/2012 - Rover Curiosity: tudo ou nada
31/07/2012 - Aterragem de rover marciano segue grande tradição dramática com 40 anos
17/07/2012 - Rover Curiosity a caminho da aterragem no início de Agosto
20/12/2011 - Rover marciano da NASA começa pesquisa no espaço
25/11/2011 - Como é que o Curiosity vai para Marte? Com muito cuidado
22/11/2011 - Mega-rover pronto para pesquisar sinais de vida em Marte
05/07/2011 - Rover Curiosity poderá subir monte com altura do Kilimanjaro

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Universe Today
SPACE.com

Rover Curiosity (MSL):
NASA
NASA - 2 
NASA - 3
Wikipedia

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - M31 e M33
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Rogelio Bernal Andreo (Deep Sky Colors)
 
Separadas por aproximadamente 14 graus (28 Luas Cheias) no céu do planeta Terra, as galáxias espirais M31 (esquerda) e M33 (direita) são ambas grandes membros do Grupo Local, juntamente com a nossa própria Via Láctea. Este mosaico telescópico de grande-angular captura detalhes coloridos da estrutura espiral de ambas, enquanto as gigantescas vizinhas galácticas parecem estar balançadas em ambos os lados da brilhante estrela Mirach, a estrela beta da constelação de Andrómeda. Mas M31, a Galáxia de Andrómeda, está na realidade a 2,5 milhões de anos-luz de distância e M33, a Galáxia do Triângulo, está a 3 milhões de anos-luz. Mirach, a apenas 200 anos-luz do Sol, situa-se bem dentro da Via Láctea, juntamente com as ténues nuvens de poeira que flutuam na imagem a apenas algumas centenas de anos-luz acima do plano galáctico. Embora pareçam distantes uma da outra, M31 e M33 estão presas num abraço gravitacional mútuo. Os radioastrónomos descobriram indicações de uma ponte de hidrogénio neutro gasoso que pode ligar as duas, evidências de um encontro próximo no passado. Com base em medições, as simulações gravitacionais prevêm actualmente que a Via Láctea, M31 e M33 passarão todas por encontros próximos mútuos e potencialmente fusões, daqui a milhares de milhões de anos no futuro.
 

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