O veículo de aterragem Philae foi identificado em imagens da câmara OSIRIS obtidas no dia 2 de setembro de 2016 a 2,7 km da superfície.
O corpo de 1 metro do Philae, e 2 das suas 3 pernas, podem ser vistos na imagem à direita. A imagens constitutem prova da orientação do Philae.
Uma imagem da câmara de navegação da Rosetta, obtida no dia 16 de abril de 2015 (topo à direita), tem o local do Philae marcado para contexto.
Crédito: imagem principal e inserção do "lander" - ESA/Rosetta/MPS para Equipa OSIRIS MPS/UPD/LAM/IAA/SSO/INTA/UPM/DASP/IDA; contexto - ESA/Rosetta/NavCam
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A menos de um mês do final da missão, a câmara de alta-resolução da Rosetta revelou o veículo de aterragem Philae alojado numa fenda escura do Cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko.
As imagens foram obtidas no dia 2 de setembro pela câmara OSIRIS, enquanto o orbitador passava a 2,7 km da superfície e mostram claramente o corpo principal do "lander", juntamente com duas das suas três pernas.
As imagens também fornecem provas da orientação do Philae, tornando-se claro por que as comunicações eram tão difíceis de estabelecer após a aterragem de dia 12 de novembro de 2014.
"Com apenas um mês de missão, estamos tão felizes por finalmente termos conseguido fotografar o Philae, e por vê-lo em tão grande detalhe," comenta Cecilia Tubiana da equipa da câmara OSIRIS, a primeira pessoa a ver as imagens quando foram transmitidas anteontem pela Rosetta.
"Depois de meses de trabalho, com o foco e as evidências apontando cada vez mais para este candidato, estou muito emocionado e feliz por finalmente termos esta tão importante imagem do Philae estacionado em Abydos," afirma Laurence O'Rourke da ESA, que tem coordenado os esforços de busca ao longo dos últimos meses na ESA, com as equipas da OSIRIS e SONC/CNES.
O Philae foi visto pela última vez quando aterrou em Agilkia, saltou e depois voou por mais duas horas antes de acabar por pousar num local mais tarde chamado Abydos, no lóbulo mais pequeno do cometa.
Ao fim de três dias, a bateria primária do Philae ficou sem energia e o "lander" entrou em modo de hibernação, apenas para acordar novamente e comunicar brevemente com a Rosetta em junho e julho de 2015, à medida que o cometa se aproximava do Sol e mais energia ficava disponível.
No entanto, até hoje, a localização precisa do Philae era desconhecida. Os dados de rádio colocavam a sua localização até uma área com apenas algumas dezenas de metros, mas um número de objetos candidatos potenciais, identificados em imagens de relativa baixa-resolução e obtidas a distâncias maiores, impediam com que pudessem ser analisados em detalhe. Até recentemente.
A maioria dos candidatos pôde ser descartado graças a análises de imagem e a outras técnicas, mas as evidências continuaram a crescer no que toca a um alvo em particular, que foi agora confirmado nas imagens sem precedentes da superfície do cometa.
A 2,7 km, a resolução da câmara de ângulo estreito OSIRIS ronda os 5 cm/pixel, suficiente para revelar características do corpo de 1 metro do Philae e das suas pernas, como se vê nestas fotos.
"Esta descoberta notável vem no final de uma longa e meticulosa busca," realça Patrick Martin, Gerente da Missão Rosetta da ESA. "Estávamos começando a pensar que o Philae permaneceria perdido para sempre. É incrível termos capturado estas imagens na hora final."
"Esta notícia maravilhosa significa que temos agora a informação necessária para colocar em contexto apropriado os 3 dias de dados científicos do Philae, agora que sabemos onde realmente está!" comenta Matt Taylor, cientista do projeto Rosetta da ESA.
"Agora que a busca pelo Philae está terminada, sentimo-nos preparados para a aterragem da Rosetta e estamos ansiosos por capturar imagens ainda mais detalhadas do local de pouso final da Rosetta," acrescenta Holger Sierks, investigador principal da câmara OSIRIS.
A descoberta surge a menos de um mês da descida final da Rosetta até à superfície do cometa. No dia 30 de setembro, o orbitador será enviado numa última missão, só de ida, para investigar o cometa bem de perto, incluindo os poços abertos na região Ma'at, onde se espera que as observações críticas ajudem a revelar os segredos da estrutura interior do corpo.
Serão disponibilizadas em breve mais informações que levaram à descoberta do Philae, bem como imagens adicionais.
Ampliação do Philae, fotografado pela câmara de ângulo estreito OSIRIS da Rosetta no dia 2 de setembro de 2016 a uma distância de 2,7 km.
Crédito: ESA/Rosetta/MPS para Equipa OSIRIS MPS/UPD/LAM/IAA/SSO/INTA/UPM/DASP/IDA
Imagem de ângulo estreito obtida pela câmara OSIRIS da Rosetta no dia 2 de setembro de 2016 a uma distância de 2,7 km, na qual o Philae foi identificado definitivamente. A imagem foi processada para ajustar o gama dinâmica a fim de ver o Philae, mantendo os detalhes da superfície do cometa. O Philae está localizado no lado direito da imagem, pouco acima do centro.
Crédito: ESA/Rosetta/MPS para Equipa OSIRIS MPS/UPD/LAM/IAA/SSO/INTA/UPM/DASP/IDA
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Podem ver-se um número de características do Philae na imagem obtida pela câmara OSIRIS a bordo da Roseteta, imagem esta captada no dia 2 de setembro de 2016.
As imagens foram obtidas a uma distância de 2,7 km e têm uma escala de aproximadamente 5 cm/pixel. A imagem mostra o corpo principal do Philae e duas das três pernas.
Também foram identificados alguns dos instrumentos do Philae, incluindo uma das câmaras panorâmicas CIVA, a broca SD2 e o SESAME-DIM (Surface Electric Sounding and Acoustic Monitoring Experiment Dust Impact Monitor).
Crédito: ESA/Rosetta/MPS para Equipa OSIRIS MPS/UPD/LAM/IAA/SSO/INTA/UPM/DASP/IDA
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