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Edição n.º 1018
10/12 a 12/12/2013
 
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ACTIVIDADES

27.12.13 - APRESENTAÇÃO ÀS ESTRELAS
20:30 – 23:00 - Apresentação sobre tema de astronomia, seguida de observação astronómica nocturna com telescópio.
Público: Público em geral, local: CCVAlg
Preço: 2€ - adultos, 1€ jovens/ estudantes/ reformados (crianças até 12 anos grátis)
Pré-inscrição: info@ccvalg.pt ou 289 890 922
Palestra sobre um tema de astronomia seguida de observação do céu noturno com telescópio (dependente de meteorologia favorável)

28.12.13 - DESCOBRINDO O SOL 15:30 – 16:30 (actividade incluída na visita ao centro; 1€ para participantes que não visitem o Centro – crianças até 12 anos grátis)
Observação do Sol em segurança para conhecer um pouco melhor alguns aspectos da nossa estrela. Público: Público em geral, local: CCVAlg

 
EFEMÉRIDES

Dia 10/12: 344.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1684, a derivação das leis de Kepler por Isaac Newton, que formam a sua teoria da gravidade, no artigo De motu corporum in gyrum, é lido à Sociedade Real por Edmund Halley.
Em 1901 foram atribuídos pela primeira vez os prémios Nobel.

Röntgen receberia o da Física pela descoberta dos raios-X.
Observações: O lado Este (esquerdo) do Grande Quadrado de Pégaso aponta esta noite para a Lua.

Dia 11/12: 345.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1863, nascimento de Annie Jump Cannon, pioneira americana na classificação do espectro estelar. 
Em 1901, Marconi envia o primeiro sinal transatlântico, percursor da telecomunicações que hoje se utilizam no espaço. 
Em 1972, a Apollo 17 faz a sua alunagem.

Observações: Qual destes nasce primeiro: Júpiter a Este-Nordeste, ou a brilhante estrela Rigel no pé de Orionte a Este-Sudeste? Ambos aparecem pouco depois do anoitecer. Para latitudes que rondam os 40º N, Rigel nasce primeiro. Para latitudes que rondam os 46º N, Júpiter nasce primeiro.

Dia 12/12: 346.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 2012, a Coreia do Norte lança com sucesso o seu primeiro satélite, a Unidade 2 do Kwangmyŏngsŏng-3, usando um foguetão Unha-3.

Observações: Ao anoitecer, o W achatado da constelação de Cassiopeia está ainda alto a Nordeste. Por volta das 20 horas, já parece um M quase horizontal, ainda mais alto a Norte.

 
CURIOSIDADES


Sismos e vulcões são a consequência da actividade geológica de um planeta.

 
 

Nas últimas semanas, temos encontrado dificuldades no envio do Astroboletim, pelo que pedimos imensas desculpas pelo ocorrido.

Neste espaço de tempo, foram criadas três edições, que não chegaram ser distribuídas via e-mail. No entanto, estas edições encontram-se disponíveis para consulta no Arquivo:

O conteúdo noticioso encontra-se também, como sempre, disponível na página do Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve.

 
RESULTADOS DO CURIOSITY INCLUEM PRIMEIRA MEDIÇÃO DE IDADE EM MARTE E AJUDAM À EXPLORAÇÃO HUMANA

O rover Curiosity da NASA está fornecendo informações vitais sobre o ambiente passado e presente de Marte, que ajudarão nos planos para futuras missões robóticas e humanas.

Em pouco mais de um ano no Planeta Vermelho, o laboratório científico móvel determinou a idade de uma rocha marciana, descobriu evidências de que o planeta poderia ter sustentado vida microbiana, obteve as primeiras leituras de radiação na superfície e mostrou como a erosão natural poderia revelar os blocos de construção da vida. Os membros da equipa do Curiosity apresentaram estes e outros resultados em seis artigos publicados on-line ontem pela Science Express e na reunião de Outono da União Geofísica Americana em São Francisco, EUA.

A idade de "Cumberland"

A segunda rocha que o Curiosity perfurou para recolher uma amostra em Marte, que os cientistas apelidaram de "Cumberland", é a primeira a ser datada a partir da análise dos seus ingredientes minerais, enquanto ainda se encontra noutro planeta. Um relatório por Kenneth Farley do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, e co-autores, estima a idade de Cumberland entre 3,86 e 4,56 mil milhões de anos. Esta variação encontra-se dentro dos intervalos estimados anteriormente para as rochas na Cratera Gale, onde o Curiosity se encontra.

"A idade não é surpreendente, o que é surpreendente é que este método funcionou usando medições realizadas em Marte," afirma Farley. "Quando estamos confirmando uma nova metodologia, não queremos que o primeiro resultado seja algo inesperado. A nossa compreensão da idade da superfície marciana parece estar certa."

A análise de Cumberland, a partir de uma amostra recolhida pelo Curiosity, foi uma medição fundamental e sem precedentes, considerada improvável quando o rover aterrou em 2012. Farley e seus co-autores adaptaram um método radiométrico com 60 anos usado para determinar a idade de rochas da Terra que mede o decaimento de um isótopo de potássio, à medida que se transforma lentamente em árgon, um gás inerte. O árgon escapa quando a rocha é derretida. Este método de datação mede a quantidade de árgon acumulado quando a rocha endurece novamente.

Este mosaico de imagens obtidas pela Mastcam a bordo do rover Curiosity da NASA mostra uma série de depósitos sedimentares na área de Glenelg da Cratera Gale, da perspectiva de Yellowknife Bay, olhando na direcção Oeste-Noroeste.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Antes de conseguirem medir directamente as rochas em Marte, os cientistas estimavam as suas idades contando e comparando os números de crateras de impacto em várias áreas do planeta. As densidades de crateras estão relacionadas com as idades, com base em comparações das densidades de crateras na Lua, que por sua vez estão ligadas com datas absolutas após as missões Apollo terem trazido rochas lunares para a Terra.

Farley e co-autores também avaliaram quanto tempo Cumberland esteve ao alcance da superfície marciana, onde os raios cósmicos que atingem os átomos na rocha produzem acumulações gasosas que o Curiosity pode medir.

As análises de três gases diferentes forneceram idades de exposição na faixa dos 60 milhões a 100 milhões de anos. Isto sugere que as camadas de protecção acima da rocha foram retiradas há relativamente pouco tempo. Combinada com pistas de erosão por vento observadas pelo Curiosity, a descoberta da idade de exposição aponta para um padrão de areia que "mastiga" as relativamente espessas camadas de rocha. A camada de erosão forma uma face vertical que recua, ou escarpa.

"A taxa de exposição é surpreendentemente rápida," realça Farley. "O local onde encontramos as rochas com a idade de exposição mais jovem situa-se mesmo ao lado de escarpas formadas a favor da direcção do vento."

De rochas até blocos de construção?

A descoberta de rochas com a mais jovem idade de exposição é importante para as investigações da missão que tentam determinar se os químicos orgânicos de ambientes passados ficam preservados. Os químicos orgânicos são os blocos de construção da vida, embora também possam ser produzidos sem qualquer biologia.

"Estamos fazendo progressos no caminho para determinar se existem aí produtos orgânicos em Marte," acrescenta Doug Ming, do Centro Espacial Johnson da NASA, em Houston, acerca da amostra de rocha Cumberland. "Nós detectámos material orgânico mas não podemos descartar que podem ter sido trazidos da Terra". O Curiosity detectou quantidades mais elevadas em Cumberland do que em qualquer outro teste com amostras de solo marciano ou análises de copos de amostras vazios. O aumento de quantidade de pó rochoso no copo de teste aumentou a quantidade de conteúdo orgânico detectado.

Favorável à vida

Ming é o autor principal de um novo relatório sobre um local chamado "Yellowknife Bay". A equipa relatou há 10 meses atrás que a primeira rocha aí perfurada pelo Curiosity, com o nome "John Klein", produziu evidências que completam o objectivo da missão de identificar um ambiente marciano favorável à vida microbiana no passado. O habitat de Yellowknife Bay, um antigo lago rico em argilas, oferecia elementos químicos fundamentais para a vida, além de água não muito ácida ou salgada e uma fonte de energia. A fonte de energia é um tipo usado por muitos micróbios que se alimentam de rocha na Terra: minerais que continham uma mistura de enxofre e ferro, que são receptores de electrões, e outros que são dadores de electrões, como os dois pólos de uma pilha.

O Curiosity não só atingiu o seu objectivo principal de encontrar evidências de um ambiente passado que poderia ter suportado vida, mas também forneceu evidências de que as condições habitáveis existiram há menos tempo do que se esperava e, provavelmente, persistiram durante milhões de anos.

Novos resultados adicionais do Curiosity estão fornecendo as primeiras leituras dos perigos da radiação na superfície de Marte, que irão auxiliar o planeamento de missões humanas ao planeta. Outros achados vão guiar a busca por evidências de vida em Marte, melhorando a percepção de como a erosão pode expor pistas enterradas dos blocos de construção moleculares da vida.

As novas estimativas de quando as condições habitáveis existiram em Yellowknife Bay e durante quanto tempo aí persistiram surgem graças a detalhes da composição das rochas e das camadas. Pensa-se que Marte teve água fresca suficiente para criar minerais de argila - e possivelmente suportar vida - há mais de 4 mil milhões de anos atrás, mas que o planeta secou e a água líquida restante tornou-se ácida e salgada. Uma questão-chave era saber se os minerais argilosos em Yellowknife Bay se formaram anteriormente, a montante na borda da Cratera Gale onde os pedaços de rocha são originários, ou mais tarde a jusante, onde as partículas de rocha foram trazidas pela água e aí depositadas.

Esta ilustração mostra um conceito da possível extensão de um antigo lago dentro da Cratera Gale.
Crédito: NASA/HPL-Caltech/MSSS
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Scott McLennan da Universidade Stony Brook em Stony Brook, Nova Iorque, e co-autores, descobriram que os elementos químicos nas rochas indicam que as partículas foram transportadas desde a sua área de origem, a montante, até Yellowknife Bay e que a maioria da erosão química ocorreu depois de terem sido depositados. A perda mais fácil de elementos, como o cálcio e sódio, seria perceptível se o intemperismo que transforma alguns minerais vulcânicos em minerais argilosos tivesse ocorrendo a montante. Os cientistas não notaram tal perda.

David Vaniman do Instituto de Ciência Planetária em Tucson, no estado americano do Arizona, e co-autores, descobriram evidências de suporte numa análise separada de minerais em rochas sedimentares em Yellowknife Bay. Eles notaram uma falta de olivina e uma abundância de magnetita, o que sugere que as rochas se tornaram argilas depois de terem sido transportadas para jusante. A presença de esmectita diz-nos mais sobre as condições em que a argila se formou.

"A esmectita é o típico mineral argiloso em depósitos lacustres," acrescenta Vaniman. "É frequentemente chamado de argila que incha - o género que adere às nossas botas quando a pisamos. Encontramos ambientes biologicamente ricos quando encontramos esmectitas na Terra."

John Grotzinger do Caltech e co-autores examinaram características físicas de camadas de rochas em e perto de Yellowknife Bay e concluíram que o ambiente habitável existiu numa época "relativamente jovem para os padrões marcianos". O ambiente habitável fez parte do Período Hesperiano da história de Marte, quando áreas do planeta estavam já tornando-se mais secas e mais ácidas, há menos de 4 mil milhões de anos atrás e aproximadamente à mesma altura da evidência mais antiga de vida na Terra.

"Este ambiente habitável existiu mais tarde do que muitas pessoas pensavam," realça Grotzinger. "Isto tem implicações globais. É de uma época onde haviam deltas, leques aluviais e outros sinais de água à superfície em muitos locais de Marte, mas esses foram considerados demasiado jovens, ou de duração muito curta, para formar minerais de argila. O processo de pensamento foi: se tivessem minerais de argila, devem ter sido transportados por depósitos mais antigos. Agora, sabemos que os minerais argilosos podem ter sido produzidos mais tarde, e isso dá-nos muitos locais que podem também ter tido ambientes habitáveis."

A pesquisa sugere que as condições habitáveis na área de Yellowknife Bay podem ter persistido durante milhões até dezenas de milhões de anos. Durante esse tempo, rios e lagos provavelmente apareceram e desapareceram. Mesmo quando a superfície estava seca, a subsuperfície provavelmente estava molhada, como indicado em veios minerais depositados por água subterrânea em fracturas na rocha. A espessura das camadas rochosas observadas e inferidas fornece a base para a estimativa de longa duração, e a descoberta de uma fonte de energia mineral para os micróbios subterrâneos favorece a habitabilidade.

Este mosaico de imagens obtidas pela Mastcam a bordo do rover Curiosity mostra membros geológicos da formação Yellowknife Bay, e os locais onde o Curiosity perfurou no membro mais baixo, com o nome Sheepbed, nos alvos "John Klein" e "Cumberland".
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Implicações para os exploradores humanos

Os artigos de ontem incluem as primeiras medições do ambiente natural de radiação na superfície de Marte. De acordo com Don Hassler, do Instituto de Pesquisa do Sudoeste em Boulder, Colorado, EUA, e co-autores, os raios cósmicos oriundos de fora do nosso Sistema Solar e as partículas energéticas do Sol bombardearam a superfície na Cratera Gale a uma média de 0,67 milisieverts (mSv) por dia, entre Agosto de 2012 e Junho de 2013. Para efeitos de comparação, a exposição à radiação durante uma radiografia ao tórax é de aproximadamente 0,02 mSv. Este período de medição de 10 meses não inclui quaisquer grandes tempestades solares que afectaram Marte, e mais de 95% do total vem dos raios cósmicos.

Os resultados do acompanhamento da radiação à superfície fornecem uma peça adicional do quebra-cabeças da projecção da dose de radiação total para uma viagem humana de ida e volta a Marte. Somando também as doses medidas pelo Curiosity durante a viagem interplanetária até Marte (durante o mesmo período no ciclo solar), obtemos resultados totais projectados na ordem dos 1000 mSv.

Os estudos populacionais a longo-prazo mostram que a exposição à radiação aumenta o risco de cancro. A exposição a uma dose de 1000 milisieverts está associada com um aumento de 5% no risco de desenvolver cancro fatal. O limite actual da NASA para o aumento de risco nos seus astronautas, actualmente operando em órbita terrestre, é de 3%. A agência está trabalhando com o Instituto de Medicina da Academia Nacional para abordar a ética, princípios e directrizes para os padrões de saúde para missões espaciais de longa duração e exploração.

A radiação detectada pelo Curiosity é consistente com as previsões anteriores. Os novos dados vão ajudar os cientistas e engenheiros da NASA a criar melhores modelos para prever o ambiente de radiação que os exploradores humanos vão enfrentar, à medida que agência espacial desenvolve novas tecnologias para proteger os astronautas no espaço profundo.

"As nossas medições fornecem informações cruciais para as missões humanas a Marte," realça Hassler. "Estamos continuamente a monitorizar o ambiente de radiação e vendo os efeitos de grandes tempestades solares na superfície, em diferentes momentos do ciclo solar, e isso dar-nos-á importantes dados adicionais. As nossas medições também estão relacionadas com as investigações do Curiosity acerca da habitabilidade. As fontes de radiação que afectam a saúde humana também afectam a sobrevivência microbiana, bem como a preservação dos químicos orgânicos."

Se todos os produtos orgânicos que são sinais potenciais de vida existirem dentro de rochas até 5 centímetros de profundidade, a profundidade da broca do Curiosity, Hassler estima que estariam esgotados até 1000 vezes em aproximadamente 650 milhões de anos pela exposição à radiação medida pelo Curiosity nos primeiros 10 meses. No entanto, segundo estimativas de Farley, a rocha Cumberland que o Curiosity estudou com a sua broca em Yellowknife Bay, esteve exposta aos efeitos dos raios cósmicos entre 60 a 100 milhões de anos. Os cientistas calculam que, com uma idade de exposição tão jovem, ainda possa existir em Cumberland material orgânico suficiente para ser detectado. Mesmo se Marte nunca tenha suportado vida, o planeta recebe moléculas orgânicas trazidas por meteoritos, o que deve deixar um rastro detectável.

Links:

Cobertura da missão do rover Curiosity pelo CCVAlg:
27/09/2013 - Resultados científicos do local de aterragem do Curiosity
27/09/2013 - Curiosity analisa rochas em ponto de paragem
20/09/2013 - Curiosity não detecta metano em Marte
06/08/2013 - Primeiro aniversário do Curiosity em Marte
23/07/2013 - Artigos relatam pistas do passado atmosférico de Marte
09/07/2013 - Rover Curiosity começa viagem até Monte Sharp
07/06/2013 - Cientistas calculam exposição à radiação durante viagem a Marte
04/06/2013 - Seixos comprovam antigo leito de rio em Marte
21/05/2013 - Rover Curiosity da NASA perfura segundo alvo
19/03/2013 - Rover Curiosity vê tendência em presença de água
15/03/2013 - Rover da NASA descobre que Marte já teve condições para suportar vida
05/02/2013 - Curiosity perfura rocha marciana pela primeira vez
18/01/2013 - Curiosity prepara-se para primeira perfuração marciana
28/12/2012 - Rover Curiosity passa Natal na "Casa da Avó"
11/12/2012 - O futuro do Curiosity: mapeamento montanhoso
04/12/2012 - Rover da NASA completa primeira análise de solo marciano
06/11/2012 - Rover Curiosity encontra pistas de mudanças na atmosfera de Marte
02/11/2012 - Curiosity analisa primeiras amostras de solo marciano
02/10/2012 - Curiosity descobre que tempo em Marte é surpreendentemente quente
28/09/2012 - Rover Curiosity descobre antigo leito na superfície marciana
21/09/2012 - Rover Curiosity aponta armas para rocha invulgar na sua viagem
07/09/2012 - Rover Curiosity começa actividades com o seu braço robótico
31/08/2012 - Curiosity começa viagem para Este
28/08/2012 - Curiosity envia incrível imagem em alta-resolução do Monte Sharp
21/08/2012 - Laser e braço do Curiosity passam primeiros testes
10/08/2012 - Curiosity envia 1.º panorama a cores
07/08/2012 - Curiosity aterra em Marte!
03/08/2012 - Rover Curiosity: tudo ou nada
31/07/2012 - Aterragem de rover marciano segue grande tradição dramática com 40 anos
17/07/2012 - Rover Curiosity a caminho da aterragem no início de Agosto
20/12/2011 - Rover marciano da NASA começa pesquisa no espaço
25/11/2011 - Como é que o Curiosity vai para Marte? Com muito cuidado
22/11/2011 - Mega-rover pronto para pesquisar sinais de vida em Marte
05/07/2011 - Rover Curiosity poderá subir monte com altura do Kilimanjaro

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Imperial College London (comunicado de imprensa)
Universidade Estatal do Arizona (comunicado de imprensa)
Planetary Science Institute (comunicado de imprensa)
Artigo científico - Farley et al. (Science)
Artigo científico - Farley et al. (ScienceXpress)
Artigo científico - Ming et al. (Science)
Artigo científico - Ming et al. (ScienceXpress)
Artigo científico - McLennan et al. (Science)
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Artigo científico - Hassler et al. (ScienceXpress)
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Marte:
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ASTRÓNOMOS DESCOBREM PLANETA ONDE NÃO DEVIA ESTAR

Uma equipa internacional de astrónomos, liderada por uma estudante da Universidade do Arizona, nos EUA, descobriu o planeta que orbita, até à data, à maior distância da sua estrela, estrela esta semelhante ao Sol.

Com uma massa 11 vezes superior à de Júpiter, e orbitando a sua estrela a uma distância 650 vezes a distância média da Terra ao Sol, o planeta HD 106906 b é diferente de tudo no nosso próprio Sistema Solar e desafia as teorias de formação planetária.

"Este sistema é especialmente fascinante porque nenhum modelo de formação planetária consegue explicar totalmente o que vemos," afirma Vanessa Bailey, que liderou a pesquisa. Bailey é estudante do quinto ano e pertence ao Departamento de Astronomia da Universidade do Arizona.

Esta é uma impressão de artista de um jovem planeta numa distante órbita. A estrela ainda contém um disco de detritos, material remanescente da sua formação e da formação do planeta, interior à órbita do componente b.
Crédito: NASA/JPL-Caltech
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Pensa-se que os planetas próximos das suas estrelas, como a Terra, aglutinam-se a partir de corpos parecidos com asteróides nascidos no disco primordial de poeira e gás que rodeiam uma estrela em formação. No entanto, este processo decorre muito lentamente no que toca à criação de planetas gigantes, longe da estrela. Outro mecanismo proposto é que os planetas gigantes formam-se a partir de um colapso rápido e directo do material no disco de acreção. No entanto, os discos primordiais raramente contêm massa suficiente nos seus limites externos para permitir que um planeta como HD 106906 b se forme. Foram apresentadas várias hipóteses alternativas, incluindo a formação semelhante a um minissistema binário.

"Um sistema binário pode formar-se quando dois aglomerados adjacentes de gás colapsam mais ou menos de forma independente para formar estrelas, e estas estrelas estão perto o suficiente para exercerem uma atracção gravitacional mútua e uni-las numa órbita," explica Bailey. "É possível que no caso do sistema HD 106906 a estrela e o planeta tenham colapsado de forma independente a partir de aglomerados de gás, mas por algum motivo o amontoado progenitor do planeta passou 'fome' de material e nunca cresceu o suficiente para se tornar numa estrela."

De acordo com Bailey, um dos problemas com este cenário que é o rácio de massas entre duas estrelas é, geralmente, não mais do que 10 para 1.

"No nosso caso, a relação de massa é mais do que 100 para 1," explica. "Este extremo não está previsto pelas teorias de formação de estrelas binárias - tal como as teorias de formação planetária prevêem que não podemos formar planetas tão afastados da sua estrela-mãe."

Este sistema é também de particular interesse porque os investigadores podem ainda detectar o "disco de detritos" remanescente, material deixado para trás aquando da formação da estrela e do planeta.

"Sistemas como este, onde temos informações adicionais sobre o ambiente em que o planeta reside, têm o potencial para ajudar a separar os vários modelos de formação," acrescenta Bailey. "As observações futuras do movimento orbital do planeta e do disco de detritos da estrela podem ajudar a responder esta questão."

Com apenas 13 milhões de anos, este jovem planeta ainda brilha devido ao calor residual da sua formação. A cerca de 1500 graus Celsius, o planeta é muito mais frio que a sua estrela-mãe e emite a maior parte da sua energia no infravermelho, em vez de luz visível. A Terra, em comparação, formou-se há 4,5 mil milhões de anos atrás e é, portanto, cerca de 350 vezes mais velha que HD 106906 b.

Esta é a imagem da descoberta do planeta HD 106906 b, no infravermelho, obtida pelos MagAO/Clio2, processada para remover a luz brilhante da sua estrela, HD 106906 A. O planeta está 20 vezes mais distante da sua estrela que Neptuno está do Sol.
Crédito: Vanessa Bailey
(clique na imagem para ver versão maior)
 

As observações directas exigem imagens requintadamente nítidas, semelhantes às do Telescópio Espacial Hubble. Para alcançar esta resolução a partir de instrumentos terrestres, precisamos de uma tecnologia chamada óptica adaptativa. A equipa usou o novo sistema de óptica adaptativa Magalhães (MagAO) e a câmara infravermelha Clio2, ambos acoplados no telescópio Magalhães de 6,5 metros no deserto de Atacama, no Chile, para capturar a imagem da descoberta.

Laird Close, professor de astronomia da Universidade do Arizona e investigador principal do MagAO, afirma: "O MagAO foi capaz de utilizar o seu espelho secundário adaptativo, com 585 actuadores, cada movendo-se 1000 vezes por segundo, para remover o efeito de distorção da atmosfera. A correcção atmosférica permitiu a detecção do fraco sinal de calor emitido pelo exoplaneta exótico, sem confusão com a mais quente estrela hospedeira."

"A Clio foi optimizada para comprimentos de onda infravermelhos, onde os planetas gigantes brilham com mais intensidade em comparação com as suas estrelas-mãe, o que significa que os planetas são mais fáceis de observar nestes comprimentos de onda," explica Philip Hinz, professor de astronomia na mesma universidade e investigador principal da Clio, que dirige o Centro para Ópticas Adaptativas Astronómicas da Universidade do Arizona.

A equipa foi capaz de confirmar que o planeta move-se juntamente com a sua estrela ao examinar dados obtidos pelo Hubble durante oito anos para outro programa de investigação. Usando o espectrógrafo FIRE, também instalado no telescópio Magalhães, a equipa confirmou a natureza planetária da companheira. "As imagens mostram a existência de um objecto e fornecem algumas informações, mas apenas o espectro nos dá informações detalhadas sobre a sua natureza e composição," explicou a co-investigadora megan Reiter, também estudante e pertencente ao Departamento de Astronomia da Universidade. "Esta informação detalhada está raramente disponível para exoplanetas observados directamente, o que torna HD 106906 b um alvo valioso para estudos futuros."

"Cada novo planeta detectado directamente empurra a nossa compreensão de como e onde os planetas se podem formar," afirma a co-investigadora Tiffany Meshkat, estudante do Observatório Leiden na Holanda. "A descoberta deste planeta é particularmente emocionante porque está numa órbita tão longínqua da sua estrela hospedeira. Isto leva a muitas questões intrigantes acerca da sua formação e composição. Descobertas como HD 106906 b fornecem-nos uma compreensão mais profunda da diversidade de outros sistemas planetários."

O artigo científico foi aceite para publicação na revista The Astrophysical Journal Letters e aparecerá numa edição futura.

Links:

Notícias relacionadas:
UANews (comunicado de imprensa)
Artigo científico (formato PDF)
Universe Today
SPACE.com
Space Daily
Science Daily
PHYSORG
Nature World News
Discovery News
UPI
RT
AstroPT

HD 106906 b:
Wikipedia
Exoplanet.eu

Telescópio Magalhães:
Observatório Las Campanas
Instituto Carnegie
Universidade do Arizona
Wikipedia

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Lista de planetas confirmados (Wikipedia)
Lista de planetas não confirmados (Wikipedia)
Lista de exoplanetas potencialmente habitáveis (Wikipedia)
Lista de extremos (Wikipedia)
Open Exoplanet Catalogue
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares
Exosolar.net

 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - As Coloridas Nuvens de Rho Ophiuchi
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Rafael Defavari
 
As muitas cores espectaculares das nuvens de Rho Ophiuchi destacam os muitos processos que aí ocorrem. As regiões azuis brilham principalmente devido à luz reflectida. A luz azul da estrela Rho Ophiuchi e das estrelas vizinhas é reflectida de forma mais eficiente nesta parte da nebulosa do que a luz avermelhada. O céu diurno da Terra é azul pela mesma razão. As regiões avermelhadas e amareladas brilham principalmente por causa da emissão do gás atómico e molecular na nebulosa. A luz das estrelas azuis - mais energéticas que a brilhante estrela Antares - expelem os electrões para longe do gás, que então brilha quando são recombinados com o gás. As regiões castanhas são provocadas por grãos de poeira - nascidos em atmosferas estelares jovens - que efectivamente bloqueiam a luz emitida por trás deles. As nuvens estelares de Rho Ophiuchi, bem na frente do enxame globular M4, visível em baixo e à esquerda, são ainda mais coloridas do que os seres humanos conseguem ver - as nuvens emitem radiação em cada gama do espectro electromagnético, desde o rádio até aos raios-gama.
 

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