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Edição n.º 921
01/01 a 03/01/2013
 
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EFEMÉRIDES

Dia 01/01: 1.º dia do calendário gregoriano.
História: No ano 45 AC, começa o calendário Juliano.
Em 1801, Giuseppe Piazzi, monge italiano, descobre Ceres, o primeiro asteróide observado entre Marte e Júpiter, agora planeta-anão.
Em 1925, numa reunião da Sociedade Astronómica Americana e da Associação Americana para o Desenvolvimento da Ciência em Washington, D.C., Edwin Hubble reporta que encontrou cefeidas nas "nebulosas espirais", o que levaria ao declínio da hipótese que dizia que a nossa Via Láctea seria o todo do Universo.

A descoberta de Hubble levaria à descoberta que vivemos numa de muitas galáxias. 
Observações: Os dois grandes asteróides, Ceres e Vesta, estão ainda em boa posição para observação com binóculos, com magnitudes 6,6 e 6,4, respectivamente. Vesta está perto de Júpiter e Aldebarã, e Ceres está mesmo entre os chifres de Touro, não muito distante. Localize-os usando este mapa.
A partir das 23:15, Io desaparece em frente de Júpiter. À meia-noite (de dia 1 para 2), começa a ser visível a sua sombra. O satélite reaparece no outro lado do planeta às 01:25 e a sombra desaparece 45 minutos depois.

Dia 02/01: 2.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1860 é anunciada a descoberta teórica do planeta Vulcan, numa reunião da Academia de Ciências em Paris.
Em 1959, é lançada a sonda soviética Luna 1.

Em 2004, a Stardust passa com sucesso pelo Cometa Wild 2, recolhendo amostras que são posteriormente enviadas para a Terra.
Observações: A partir das 20:35, Io desaparece por trás de Júpiter. Reaparece no outro lado e da sombra do planeta a partir das 23:30.
Por volta das 22 horas, a Ursa Maior ergue-se a Norte-Nordeste. Arrasta o fim da sua pega pelo horizonte, dependendo da sua latitude, à medida que sobe.
A Terra encontra-se no periélio, a sua posição mais próxima do Sol (apenas 3% mais perto do que no afélio em Julho).

Dia 03/01: 3.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1888, é usado pela primeira vez o telescópio refractor do Observatório Lick, com 91 cm em diâmetro. Era o maior telescópio do mundo na altura.
Em 1999, lançamento da sonda Mars Polar Lander e Deep Space 2.
Em 2000, flyby da sonda Galileu pela lua de JúpiterEuropa.

A sonda passou a uma altitude de 351 km.
Observações: Ao lusco-fusco, ou assim que seja possível, observe telescopicamente o planeta Júpiter e conseguirá discernir as sombras de Io e Ganimedes na atmosfera.
Nesta altura fria do ano, a ténue Ursa Menor pendura-se desde a Polar após a hora de jantar, como se fosse um prego na parede fria do céu a Norte.

 
CURIOSIDADES


Em 1965, durante o primeiro passeio espacial, o astronauta Edward White da Gemini 4 perdeu uma luva. Durante um mês, a luva ficou em órbita a uma velocidade de 28 000 km/h, tornando-se na peça de vestuário mais perigosa da Humanidade.

 
RETROSPECTIVA ASTRONÓMICA DE 2012

O ano de 2012 esteve recheado de grandes momentos e descobertas astronómicas. Aqui fica um resumo das mais importantes.


Mercúrio: um planeta de gelo e fogo

Podíamos facilmente assumir que o planeta mais próximo do nosso Sol seria o último local no Sistema Solar, além do Sol, capaz de albergar água à sua superfície. Embora não exista água líquida em Mercúrio, existe gelo. Novas observações pela sonda MESSENGER revelaram evidências de grandes bolsos de gelo em torno do pólo norte de Mercúrio. Os cientistas há muito que teorizavam a possibilidade de existir gelo polar em Mercúrio porque partes das crateras no pólos do planeta estão sempre à sombra, escondidas do calor intenso do Sol.

Crateras polares permanentemente à sombra.
NASA/Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins/Instituto Carnegie de Washington/Centro Nacional de Astronomia e Ionosfera, Observatório de Arecibo
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Notícias:
27/03/12 - MESSENGER fornece novos dados sobre Mercúrio
04/12/12 - MESSENGER descobre novas evidências de água gelada nos pólos de Mercúrio


Rover Curiosity

Naturalmente, esta lista não estaria completa sem, pelo menos, mencionar o rover Curiosity. O Curiosity é deveras surpreendente, mesmo até para um robô. É o maior rover que já aterrou noutro planeta, o que fez com a ajuda de um incrível sistema de guindaste aéreo com foguetes, diferente de tudo o já tentado até agora.

Impressão de artista da aterragem do rover Curiosity em Marte.
Crédito: NASA
 

Desde que completou a sua espectacular sequência de pouso, o Curiosity tem trabalhado arduamente, usando o seu arsenal de câmaras e equipamento laboratorial topo-de-gama para encontrar evidências de vida ou água no nosso vizinho enferrujado. Até agora, o rover localizou um antigo leito de rio, perfurou uma rocha marciana chamada Jake, e continua a estudar o solo a cada oportunidade que pode.

Mesmo que o Curiosity não descubra evidências de vida passada em Marte, já deixou a sua marca na História.

Notícias:
17/07/
12 - Rover Curiosity a caminho da aterragem no início de Agosto
31/07/12 - Aterragem de rover marciano segue grande tradição dramática com 40 anos
03/08/12 - Rover Curiosity: tudo ou nada
07/08/12 - Curiosity aterra em Marte!
10/08/12 - Curiosity envia 1.º panorama a cores
21/08/12 - Laser e braço do Curiosity passam primeiros testes
28/08/12 - Curiosity envia incrível imagem em alta-resolução do Monte Sharp
31/08/12 - Curiosity começa viagem para Este
07/09/12 - Rover Curiosity começa actividades com o seu braço robótico
21/09/12 - Rover Curiosity aponta armas para rocha invulgar na sua viagem
28/09/12 - Rover Curiosity descobre antigo leito na superfície marciana
02/10/12 - Curiosity descobre que tempo em Marte é surpreendentemente quente
02/11/12 - Curiosity analisa primeiras amostras de solo marciano
06/11/12 - Rover Curiosity encontra pistas de mudanças na atmosfera de Marte
04/12/12 - Rover da NASA completa primeira análise de solo marciano
11/12/12 - O futuro do Curiosity: mapeamento montanhoso
28/12/12 - Rover Curiosity passa Natal na "casa da avó"


Voyager 1, audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve

No outro lado do Sistema Solar, a sonda Voyager 1 vais torna-se no primeiro objecto feito pelo Homem a entrar no espaço interestelar, quem sabe, daqui a uns quantos meses. Desde o início da sua viagem em 1977, a Voyager 1 já viajou mais de 17,9 mil milhões de quilómetros. Os cientistas acreditam que a sonda alcançou a região mais exterior do Sistema solar a que apelidam de "autoestrada magnética", onde as linhas do campo magnético do Sol correm paralelas àquelas do campo magnético interestelar.

Esta imagem mostra a Voyager 1 a explorar uma nova região no nosso Sistema Solar a que os cientistas chamam de "autoestrada magnética".
Crédito: NASA/JPL-Caltech
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Notícias:
29/06/12 - Dados da Voyager 1 apontam para futuro interestelar
09/10/12 - Voyager 1 pode já ter deixado o Sistema Solar
04/12/12 - Voyager 1 da NASA encontra nova região no espaço profundo


Exoplanetas cada vez mais curiosos

A Terra é ainda um planeta único, pois é o único mundo conhecido com água líquida à sua superfície (e claro, também existe este pormenor da vida). Mas o Universo continua a surpreender-nos, com exoplanetas completamente diferentes do que pensávamos existir, exoplanetas solitários ou bastante bem acompanhados.

Impressão de artista de um planeta extrasolar.
Crédito: ESO/L. Calçada
 

Notícias:
13/01/12 - Kepler descobre os três exoplanetas mais pequenos até agora
27/01/12 - Kepler anuncia 11 sistemas planetários com 26 planetas
03/02/12 - Detectada nova super-Terra dentro da zona habitável de estrela próxima
24/02/12 - Hubble descobre mundo cheio de vapor de água
30/03/12 - Milhares de milhões de planetas rochosos nas zonas habitáveis em torno de anãs vermelhas na Via Láctea
10/04/12 - HD 10180 pode ter nove planetas
17/04/12 - ALMA revela funcionamento de sistema planetário próximo
24/04/12 - Irmã da Terra na mira
27/04/12 - Astrónomos identificam três exoplanetas
08/05/12 - Procurando Terras ao procurar Júpiteres
22/05/12 - Exoplaneta recém-descoberto pode tornar-se em pó
29/06/12 - Novo método de estudo de atmosferas exoplanetárias
20/07/12 - Spitzer descobre possível exoplanetas mais pequeno que a Terra
24/07/12 - Será Gliese 581g verdadeiramente o "primeiro planeta extrasolar potencialmente habitável"?
27/07/12 - Cientistas medem orientação de sistema multiplanetário, descobrem ser muito parecido ao nosso Sistema Solar
14/09/12 - Formas de vida extrema podem ser capazes de sobreviver em exoplanetas excêntricos
16/10/12 - Amadores descobrem planeta em sistema quádruplo
19/10/12 - Descoberto planeta no sistema estelar mais próximo da Terra
26/10/12 - Novo estudo traz exoplaneta duvidoso de "volta dos mortos"
09/11/12 - Cientistas descobrem pistas tantalizantes de super-Terra potencialmente habitável
13/11/12 - Descoberta de gigante abertura em disco de estrela tipo-Sol pode indicar múltiplos planetas
16/11/12 - Perdido no espaço: encontrado planeta solitário?
16/11/12 - Kepler completa missão principal, começa missão prolongada
20/11/12 - Rara imagem de "super-Júpiter" lança luz sobre a formação de planetas
21/12/12 - Cinco planetas em torno de estrelas vizinha Tau Ceti; um na zona habitável


Observando os confins do espaço

Enquanto não pomos o pé (ou sonda espacial) fora do nosso Sistema Solar, vimos galáxias situadas a 13,2 mil milhões de anos-luz de distância. Graças ao Telescópio Hubble e a dados fotográficos extremos dos últimos 10 anos, fomos capazes de ver mais longe que nunca no Universo. Se os cientistas estão certos acerca do Universo ter 13,7 mil milhões de anos, podemos estar a apenas 500 milhões de anos-luz de ver as primeiras estrelas criadas após o Big Bang.

Os quadrados coloridos na imagem principal mostram os locais das galáxias recém-descobertas. Ampliações de cada galáxia está legendada com o desvio para o vermelho (z), que mede quanto a radiação ultravioleta e luz visível é esticada para comprimentos de onda infravermelhos devido à expansão do Universo. A galáxia observada com um desvio para o vermelho de 11,9 pode quebrar o recorde de galáxia mais distante, observada 380 milhões de anos após o Big Bang.
Crédito: NASA/ESA/Caltech-R. Ellis/Equipa HUDF12
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Notícias:
21/09/12 - Telescópios da NASA espiam galáxia ultra-distante
14/12/12 - Astrónomos descobrem galáxias perto de "madrugada cósmica"


Um ser humano supersónico

O Curiosity não foi o único a tentar uma aterragem alucinante. Felix Baumgartner completou com sucesso a sua quedra-livre histórica 39.045 metros acima da Terra, usando apenas um fato espacial e um pára-quedas. O salto de pára-quedas quebrou três recordes, incluindo o mais alto voo de balão tripulado, a maior queda livre já tentada, e o primeiro humano a quebrar a barreira do som sem a ajuda de um sistema de propulsão. De acordo com a equipa da Red Bull Stratos, Felix atingiu uma velocidade de 1342,8 km/h, ou Mach 1,24.

Os primeiros instantes do salto de Felix Baumgartner
Crédito: Red Bull Stratos
 

Notícias:
09/10/12 - Pára-quedista vai tentar o maior salto em queda-livre de sempre


Redefinição da Unidade Astronómica

A unidade fundamental de distância entre objectos do Sistema Solar foi alterada numa reunião da União Astronómica Internacional em Pequim, China. De acordo com os eleitores, a definição oficial da Unidade Astronómica é agora exactamente 149.597.870.700 metros.

Durante os últimos 36 anos a definição formal para a Unidade Astronómica tinha sido baseada na distância média entre a Terra e o Sol, ou 149.597.870.691 metros. Que foi calculada de uma forma que depende da massa do Sol, que está a mudar à medida que irradia energia. Embora a recente decisão não altere o valor por muito, simplifica as coisas e deve melhorar a precisão das medições ao longo do tempo.

Impressão de artista dos vários objectos no Sistema Solar.
Crédito: NASA
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Notícias:
18/09/12 - A Unidade Astronómica e sua definição


Descoberta do Bosão de Higgs

Em Julho, físicos do LHC (Large Hadron Collider) terminaram uma pesquisa de 5 décadas, quando anunciaram a descoberta do Bosão de Higgs. Esta partícula há muito procurada é responsável por dar a todos os outros elementos subatómicos, como os protões e os electrões, a sua massa, e era a peça que faltava ao Modelo Padrão, que descreve as interações de todas partículas conhecidas e forças. Embora os investigadores estivessem cautelosos, apenas anunciando os seus resultados de uma partícula "tipo-Higgs" até que mais dados e análises estivessem disponíveis, a descoberta foi largamente aceite como a mais importante da física fundamental em mais de meio século.

Um candidato a bosão de Higgs decaíndo para dois fotões, como capturado pela experiência CMS do CERN. O candidato a bosão de Higgs decai quase imediatamente. Cada fotão é representado por uma linha verde que irradia para fora a partir do centro do detector.
Crédito: CERN, CMS
(clique na imagem para ver versão maior)
 

E a história está longe do fim. Os cientistas esperavam que ao avistar a partícula de Higgs, viesse com ela o primeiro olhar da física para lá do Modelo Padrão, que tem vários problemas e inconsistências que necessitam soluções. Mas a partícula até agora provou ser teimosamente normal, com pouco ou quase nenhum desvio do que estava previsto sobre o Modelo Padrão. O LHC vai sofrer reparações e actualizações durante os próximos 20 meses, regressando no final de 2014 para continuar a estudar o Universo subatómico em escalas de energia maiores e esperançosamente descobrindo fenómenos ainda mais interessantes.

Notícias:
06/07/12 - Experiências do CERN observam partícula consistente com o há muito procurado Bosão de Higgs

 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Enxame Estelar Duplo
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: F. Antonucci, M. Angelini, F. Tagliani, ADARA Astrobrallo
 
Poucos enxames estelares são vistos tão perto uns dos outros. Porém, a cerca de 7000 anos-luz de distância, este par de enxames abertos é um alvo binocular fácil, um adorável campo estelar na constelação do Hemisfério Norte, Perseu. Também visível à vista desarmada sob céus escuros, foi catalogado no ano 130 BC pelo astrónomo grego Hiparco. Agora conhecidos como h e chi Persei, ou NGC 869 (para cima à direita) e NGC 884, os próprios enxames estão separados por apenas algumas centenas de anos-luz e contêm estrelas muito mais jovens e quentes que o Sol. Além de estarem fisicamente próximos um do outro, as idades dos enxames, com base nas suas estrelas individuais, são parecidas - evidência de que ambos os enxames são provavelmente o produto da mesma região de formação estelar.
 

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